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A Comissão de Saúde, Educação e Cultura da Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) realizou nesta segunda-feira (15) audiência pública para discutir a ampliação do teste do pezinho e a reestruturação da triagem neonatal na rede pública para incluir o diagnóstico precoce de doenças raras. O autor da proposição, deputado Tiago Vasconcelos (MDB), disse que o rápido diagnóstico diminui a mortalidade infantil, dá qualidade de vida aos pacientes e reduz os gastos do estado em tratamentos de sequelas que poderiam ser evitadas.
Atualmente, no Piauí, o teste identifica apenas seis condições: fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, fibrose cística, anemia falciforme e outras hemoglobinopatias, hiperplasia adrenal congênita e deficiência de biotinidase. Com a ampliação, já aprovada em âmbito federal, presente na lei 14.154/21, os exames poderão detectar doenças lisossômicas, imunodeficiências primárias e atrofia muscular espinhal.
“O objetivo é detectar o maior número de doenças. A ampliação vai diminuir a mortalidade, vai dar vida digna. Não é um gasto, é um investimento em vidas”, afirmou Tiago Vasconcelos.
O líder da bancada do governo, Dr. Vinícius (PT), disse que a falta de diagnóstico precoce causa prejuízo aos pacientes, às famílias e aumenta o custo para o estado. Ele defende que o debate deve chegar a uma solução real, não apenas parcial. Para ele, é necessário haver um pacto entre o estado e os municípios que é fundamental haver orçamento garantido para manter o programa.
“Não adianta alguém colocar recurso para comprar um equipamento e não existir manutenção e compra continuada de reagentes. É duro termos equipamento e não conseguirmos manter”, relatou.
A presidente da Fundação Municipal de Saúde de Teresina, Leopoldina Cipriano, concordou com Dr. Vinícius em relação à necessidade de garantia de orçamento para ampliação e manutenção do teste, assim como para o funcionamento de equipes multiprofissionais. “Temos que pensar no orçamento. Não podemos criar nada sem sustentabilidade. Precisamos saber quem vai financiar”, disse; no entanto, tem visto, ao longo dos últimos anos, “todos os governos federais recuando no financiamento da atenção primária. Estão assumindo cada vez menos responsabilidade com a saúde pública”, expôs.
A médica Natália Rebeca Karpejany, que tem atuado com doenças neurológicas raras, defendeu a ampliação do teste do pezinho e a entrega mais rápida dos resultados, pois “muitos pacientes descobrem apenas na fase adulta”, o que resulta em tratamentos mais caros para o estado. Karpejany defendeu mais suporte às equipes multiprofissionais, fundamentais para a reabilitação.
Fonte: Portal A10+