(Atualizada às 19h55)
Um homem foi conduzido à Central de Flagrantes de Teresina, na tarde deste sábado (20), após cometer injúria racial durante a partida entre Altos e Ypiringa, no estádio Lindolfo Monteiro, pela Série C do Brasileiro. Ele foi apontado por Caíque, goleiro do Ypiranga, após ofender o jogador o chamando de "uva preta" quando o goleiro se dirigia para fazer a cobrança do tiro de meta.
Após ser ofendido, Caíque parou a partida e denunciou o torcedor para o árbitro. O homem foi identificado e preso em flagrante pelo crime de injúria racial. Ao final da partida, o goleiro, um membro da comissão técnica do Ypiranga e uma testemunha foram à Central para realização dos procedimentos cabíveis ao caso.
"O major, juntamente com dois soldados, conduziram esse cidadão à Central de Flagrantes juntamente com um fotógrafo que estava do lado e ouviu também. Vai servir como testemunha. Isso é coisa que não pode mais acontecer no terceiro milênio. Como isso se constituiu um crime vamos agora com o goleiro para proceder com a conclusão de flagrantes e ele (preso) deve constituir um advogado", afirma o delegado da partida, Coronel Jaime Oliveira.
Em janeiro deste ano, a Lei 14.532/2023 foi sancionada pelo presidente Lula que igualou o crime de injúria racial ao crime de racismo. De acordo com a lei, caso o crime seja cometido no contexto de atividades esportivas, religiosas, artísticas ou culturais destinadas ao público, a pena é de reclusão, de 2 a 5 anos, e proibição de frequência, por 3 anos, a locais destinados a práticas esportivas, artísticas ou culturais destinadas ao público, conforme o caso.
Durante entrevista coletiva, o técnico do Altos, Sérgio Soares comentou sobre a vitória do Jacaré e sobre o caso de injúria racial.
"Isso não pode acontecer. O Caíque está certo. Isso é um absurdo. Lamento que seja um torcedor do Altos, acho que o clube tem que tomar providências sim, identificar, não pode estar em um lugar coletivo com todo mundo alguém que tem uma atitude como essa. Bandeiras vem sendo levantadas para que isso seja extinguido da nossa sociedade e a gente ver ainda esse tipo de coisa. Eu sou um cara preto, mas não é a cor da pele que faz a diferença. O que faz a diferença é você ser um ser humano de caráter", afirma o técnico.