Atualizada às 12h35
Larissa da Fé de Jesus, esposa do açougueiro João da Cruz de Sousa, de 45 anos, assassinado por assaltantes, na zona Sul de Teresina, comentou o caso em entrevista à TV Antena 10 e ao A10+, na manhã desta sexta-feira (12).
Os suspeitos de envolvimento no crime foram capturados após intensa operação na região, dentre eles um adolescente de 14 anos, que seria o atirador. A mulher desabafou sobre o sentimento de justiça.
Chico Filho/ TV Antena 10/A10+
"Eu pediria pena de morte porque ninguém nasceu para tirar a vida de ninguém. Deus é quem dá e Deus é quem tira, na hora que Ele determina. Todos nós temos a nossa hora, mas eu acredito que sobre meu marido não era a hora dele, mas eu peço a justiça daqui da terra. Eu creio muito no Criador, que a justiça dele será feita. Meu marido não era uma pessoa ruim. Eu queria era meu marido de volta, mas já está tudo encaminhado e eu espero que eles fiquem presos", afirmou.
Abalada, a mulher afirmou que agora une forças para cuidar da filha do casal de apenas 11 anos. "Ver ele dentro do caixão está sendo muito difícil. Fico me imaginando o que eu vou fazer, por onde eu começar. Nunca imaginei na minha vida que um dia eu ia passar por essa situação. Ela [a filha] está triste, só me abraçando e dizendo que vai cuidar de mim, que é para não chorar e que agora é só Deus, ela e eu. Agora vou ser pai e mãe", afirmou.
Larissa disse que chegou a encontrar o marido baleado no chão. No últimos momentos, antes de ser socorrido e encaminhado para o hospital, ele teria gritado que iria morrer.
"Quando saí de manhã, ele ficou dormindo. Só falei que ele tinha feito almoço, e que era para ele terminar de ajeitar, e pronto. Só falei com ele na hora do ocorrido, que quando aconteceu ele só chamava por o meu nome. Cheguei lá, ele pegou na minha mão bem forte, me agarrou, gritou e disse que iria morrer", relatou.
A motocicleta levada no assalto e recuperado horas depois era usada por João para complementar a renda, por meio de trabalho de transporte de pessoas. Diante do perigo, a esposa já o alertava: "eu tinha pedido para diminuir as saídas porque estava muito perigoso. Ele deixou e só saia no final de semana. Mesmo assim eu ainda ficava insistindo, se você ver algum movimento estranho, volte, não entre porque é perigoso".
Delegado dá novos detalhes sobre apreensão de adolescente suspeito de matar açougueiro em Teresina
O delegado Danúbio Dias, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), detalhou o caso do açougueiro João Cruz de Sousa, morto a tiros na última quarta-feira (10), durante um assalto na zona Sul de Teresina. De acordo com o delegado, a vítima foi seguida, abordada e morta. O principal suspeito confessou o crime.
Durante entrevista à TV Antena 10 e ao A10+, o delegado informou que a vítima teria reagido ao assalto e isso fez com que os criminosos efetuassem o disparo. Após o crime, os dois suspeitos fugiram em motos separadas, sendo que uma da motocicletas havia sido subtraída da vítima.
Divulgação
"A vítima foi seguida por dois indivíduos que estavam em uma moto, provavelmente um pop sem preta. Esses dois indivíduos seguiram a vítima, não foi, houve perseguição. Eles seguiram a vítima e decidiram abordar a vítima numa avenida do Mário Covas. O garupa desceu e anunciou o assalto, a vítima resistiu, segundo versão já documentada, e um disparo foi efetuado. Eles fogem com a moto da vítima e o piloto, ou seja, depois que eles roubam a moto, um vai em cada moto. Eles levam a moto da vítima, atravessam a BR e depois da BR eles fazem uma parada, provavelmente para observar se estavam sendo seguidos", detalhou.
Após o crime, os policiais iniciaram buscas imediatamente e conseguiram capturar pessoas com evidências de envolvimento no crime ou ligadas aos suspeitos de matar a vítima.
"As pessoas ligadas direta e indiretamente a esse suspeito foram trazidas pela Polícia Militar para que prestasse esclarecimentos. Essas pessoas em questão, naquele momento e até agora, não há evidência do envolvimento delas no crime. O fato é que elas foram ouvidas e duas dessas pessoas, duas dessas testemunhas disseram que foi o adolescente, 13 anos de idade. O adolescente após perceber a presença da Polícia Militar prontamente já foi admitindo o crime, já foi confessando o crime e já foi dizendo onde tinha deixado a arma. Importante dizer que a mesma arma que o adolescente disse que usou, as características, o tipo de armamento que é uma arma artesanal, foi o mesmo tipo de armamento citado pelas testemunhas ouvidas aqui. A Polícia Militar fez diligência, mas infelizmente não conseguiu localizar essa arma", disse.
A mãe do adolescente esteve com ele no DHPP e tentou fazer com que ele omitisse informações. Ao ser interrogado sozinho, no entanto, confessou, com detalhes, o caso à polícia.
O atirador foi apreendido nesta quinta-feira (11) e o delegado solicitou a internação para que ele não responda em liberdade. "Ele está apreendido, fiz um pedido de internação desse adolescente, a fim de que ele não responda a esse processo de liberdade e aleguei a revolta da população lá do Mario Covas, os protestos que aconteceram ontem", explicou Dias. Até o momento, segundo a polícia, não há evidências de relação dos envolvidos com facções criminosas.