Sindicato acusa consórcio Recicle/Aurora de desaparecer com dinheiro de trabalhadores da limpeza; entidade pede prisão dos proprietários

Sindicato afirma que mais de mil trabalhadores estão sem receber e acusa empresa de descumprir ordem judicial

O Sindicato dos Trabalhadores da Limpeza acusa o consórcio Recicle/Aurora de ter sumido com parte dos recursos destinados ao pagamento das rescisões dos funcionários desligados. Segundo a entidade, a Justiça liberou aproximadamente R$ 2,6 milhões para a quitação das verbas, mas somente uma parte dos trabalhadores recebeu o valor devido. Mais de 1.000 pessoas ainda aguardam o pagamento.

O consórcio, responsável pelos serviços de coleta de lixo, é acusado de descumprir uma determinação judicial e de não prestar contas sobre a aplicação dos valores recebidos. Diante da situação, o sindicato anunciou que pedirá a prisão dos proprietários do Recicle/Aurora.

  

Sindicato acusa consórcio Recicle/Aurora de desaparecer com dinheiro de trabalhadores da limpeza; entidade pede prisão dos proprietários
TV Antena 10

   

O presidente do sindicato, Jonathan Miranda, afirma que os representantes do consórcio receberam os recursos, fizeram pagamentos parciais e, em seguida, desapareceram.

"Na última quinta-feira, o juiz do processo deu uma determinação judicial liberando R$ 2,6 milhões na conta da empresa, determinando o prazo de 24 horas para a empresa fazer a quitação. A empresa recebeu o dinheiro, fez o pagamento para 100 pessoas e desapareceu. Depois apareceu dizendo que estava com medo de receber um calote da prefeitura, sendo que a prefeitura cumpriu rigorosamente com o pagamento", explicou Jonathan Miranda, presidente do sindicato, à TV Antena 10.

Miranda explica que o sindicato já entrou com novas petições judiciais solicitando providências imediatas.

"Ontem fizemos um movimento, peticionamos no processo um pedido de cancelamento do acordo, pedimos também para que o juiz determinasse que a empresa devolvesse o dinheiro que foi pago e também fizesse o pedido de prisão dos sócios proprietários da empresa. Isso é roubo, eles estão descumprindo uma decisão judicial. Isso coloca em risco em torno de 1.000 famílias que estão sem receber suas rescisões", afirmou.

Ele destaca que levou pessoalmente os documentos ao juiz para reforçar os pedidos feitos pela entidade. "Ontem ainda peticionamos o pedido e hoje eu trouxe os memoriais pessoalmente para despachar ainda hoje com o juiz. Vamos fazer o pedido solicitando essas coisas que eu falei, que é a devolução do dinheiro e o pedido de prisão dos sócios-proprietários", disse.

  

Sindicato afirma que mais de mil trabalhadores estão sem receber e acusa empresa de descumprir ordem judicial
ILUSTRATIVA/ TV ANTENA 10

   

O presidente também relembra que esta não foi a primeira liberação de verba judicial destinada aos trabalhadores, e que o consórcio já havia deixado de comprovar pagamentos anteriores. Ele relatou ainda que a empresa fez pagamentos para pessoas jurídicas desconhecidas e que não estavam dentro do acordo de recebimento.

"A prefeitura foi pagando rigorosamente esses valores na conta judicial e o juiz foi liberando os pagamentos. Foi liberado na primeira remessa R$ 8 milhões, eles pagaram algumas pessoas e não comprovaram quem. Usaram o dinheiro para desvio de outras funções, como pagamento de outras pessoas jurídicas que não estavam no acordo e agora, nessa última liberação de R$ 2,6 milhões, pagaram 100 pessoas e sumiram", declarou o presidente do sindicato.

O caso segue tramitando na Justiça, que deve analisar os novos pedidos apresentados pelo sindicato.