Quase um mês se passou da morte do motorista Francisco Neto, de 47 anos, e sua família continua clamando por justiça. Francisco morreu ao ser baleado durante uma perseguição policial contra 2 assaltantes no dia 10 de novembro, no bairro Lourival Parente, zona Sul de Teresina; ele foi internado na UTI do Hospital de Urgência de Teresina (HUT), mas não resistiu aos ferimentos e faleceu nesta no dia 13 de novembro.
Segundo Iraildes Paiva, o disparo que vitimou seu marido foi efetuado por um dos policiais que faziam a perseguição. O caso aconteceu quando Francisco fazia o terceiro frete do dia. Ele chegou ao local indicado no barro Lourival Parente, onde iria descarregar o caminhão, mas acabou sendo baleado no abdômen quando uma equipe da Polícia Militar do Piauí perseguia dois assaltantes que passavam por lá.
“Se eles estavam vindo em perseguição dos bandidos, é claro que foi a bala do policial que acertou nele. Meu marido ficou lá no chão agonizando e a única pessoa que socorreu ele foi uma enfermeira que chegou lá. Ela ajudou até chegar uma ambulância, porque eles mesmos não prestaram socorro pra ele. De lá a gente só vem sofrendo, não temos nenhuma resposta da justiça”, disse Iraildes.
A advogada Ivana Policarpo, que representa a família, disse que o próprio 6º Batalhão de Polícia, unidade onde os policiais envolvidos são lotados, instaurou o inquérito sem coletar imagens de câmeras e sem apresentar laudo pericial das armas dos policiais.
“Foi instaurado um IPM (Inquérito Policial Militar) pelo Tenente-coronel Ademir, comandante do 6ºBPM de Teresina. No entanto nesse IPM não consta perícia do local do ocorrido e nem das câmeras que filmaram tudo. Solicitamos ao promotor que solicitasse essas diligências e fomos prontamente atendidos. Ele solicitou e a juíza acatou e estamos aguardando a intimação para que se cumpra essas determinações”, contou a advogada.
Emocionada, Iraildes pede por justiça e para que o caso seja solucionado. “No dia do ocorrido a gente foi só prestar uma queixa na delegacia e mandaram gente pra outra delegacia, tudo bem dificultoso pra gente. Depois que meu marido faleceu mandaram a gente ir pro DHPP, mas não quiseram nos escutar direito, eu estava muito nervosa e minha filha que foi. Até o momento a gente não tem conhecimento de corregedoria, de nada. O que a advogada passa pra gente é que eles não querem ouvir, que eles disseram que nunca apareceram as imagens. Lá no local tem muitas câmeras. Cade a justiça que não vai atrás dessas câmeras?”, indagou.