Sete anos separam “Lula Livre” em São Bernardo do pró-anistia de Bolsonaro em Copacabana: dois lados da mesma moeda na disputa pelo poder

Entenda as semelhanças e diferenças entre os atos de 2018 e 2025 e como esses líderes da direita e esquerda tentam se vitimizar

No intervalo de sete anos, o Brasil assistiu a duas grandes mobilizações populares em defesa de seus líderes políticos mais emblemáticos: Lula e Bolsonaro. Em abril de 2018, a icônica cena de um Lula cercado por militantes no Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo (SP), marcou a resistência à sua prisão na Operação Lava Jato. Neste domingo (16/03), foi a vez de Jair Bolsonaro reunir multidões em Copacabana para pressionar o STF e o Congresso a concederem anistia a ele próprio e aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

Ambos os eventos representam momentos de forte polarização política e demonstram a capacidade de mobilização de seus respectivos campos ideológicos. Mas, apesar das semelhanças, há diferenças fundamentais no contexto e nas consequências de cada um desses episódios.

  

Sete anos separam “Lula Livre” em São Bernardo do pró-anistia de Bolsonaro em Copacabana: dois lados da mesma moeda na disputa pelo poder
 

   

As semelhanças

As diferenças

A disputa global entre esquerda e direita e seu impacto no Brasil

Os episódios que envolvem Lula e Bolsonaro não são isolados, mas parte de uma disputa ideológica mundial entre esquerda e direita, que tem se acirrado nas últimas décadas. Desde 2016, com o impeachment de Dilma Rousseff, essa polarização se intensificou no Brasil, refletindo a ascensão de governos conservadores em diversas partes do mundo e a reação das forças progressistas para conter essa onda.

  

Esquerda e direita unidas pelo ódio
Reprodução

   

A eleição de Bolsonaro em 2018 foi impulsionada por essa guinada à direita, enquanto a volta de Lula ao poder em 2022 seguiu um movimento global de retomada da esquerda, visto também em países como Chile e Colômbia. Essa guerra ideológica ultrapassa as fronteiras nacionais, sendo alimentada por interesses econômicos, geopolíticos e pelo papel das redes sociais na disseminação de discursos polarizados.

No fim das contas, tudo isso não passa de uma disputa pelo poder. Seja em São Bernardo ou em Copacabana, Lula e Bolsonaro sabem que a política é movida por narrativas, e ambas as manifestações serviram como palanques para seus projetos políticos. A história brasileira se repete em ciclos de polarização e mobilização popular, e o desfecho dessas narrativas ainda está em aberto. O destino político de Bolsonaro dependerá do que as instituições e a sociedade decidirão nos próximos capítulos.