Com o fim das eleições 2022, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito o 39º presidente do Brasil. A sua eleição manteve a escrita: quem vence em Minas Gerais vence as eleições. Ao A10+ o cientista político, Germano Lúcio, explica a que é atribuída esse ''termômetro'' do estado mineiro nas eleições presidenciais desde 1954.
''Minas Gerais é quase um retrato do Brasil porque se você pegar Minas tem um pé no Nordeste e um pé no Sudeste. Você pega ali o Vale do Jequitinhonha muito parecido com o Nordeste brasileiro. Minas tem uma parte muito rica e muito pobre também esse equilíbrio, essa similaridade favorece essa identidade de dizer que se Minas elege com maioria esse candidato é o presidente porque essa é a representatividade, essa similaridade com o Brasil extenso que nós temos então basicamente essa distinção faz com que Minas seja o termômetro do país'', conta o cientista político.
Nesta eleição, a disputa em Minas Gerais refletiu a acirrada disputa a presidência entre Lula (PT) e Bolsonaro (PL). O candidato do PL liderava em Minas, porém no final da apuração, Lula virou e com 100% das urnas apuradas, o candidato petista somou 6.190.960 votos, 50,20%, contra 6.141.310 votos, 49,80%, de Jair Bolsonaro. A diferença foi apenas de 49.650 votos.
No histórico das eleições presidenciais no Brasil, a última vez que um candidato venceu as eleições sem ganhar em Minas Gerais foi em 1950, quando Getúlio Vargas foi eleito. Em 1989 Fernando Collor (PTB) foi eleito e teve 55% dos votos do estado mineiro contra 44% e Lula. Em 1994 a escrita se manteve e Fernando Henrique Cardoso foi eleito sendo reeleito em 1998.
Quatro anos depois, Lula conseguiu reverter as derrotas em Minas o que garantiu a sua primeira vitória como presidente. Em 2006, ele voltou a vencer as eleições e liderar em Minas Gerais: 65% dos votos contra 34% do ex-governador de São Paulo e agora candidato a vice na chapa de Lula, Geraldo Alckmin (PSB). Dilma Rousseff (PT) em 2010 e em 2014 e com Jair Bolsonaro, em 2018 repetiram o feito.
Nas eleições de 2022, com 100% das urnas apuradas,Lula atingiu a marca histórica de 60.345.999 votos, um percentual de 50,90%, e Bolsonaro chegou 58.206.354 votos com o percentual de 49,10%.