Maria Vitória, de 19 anos, filha da mulher vítima de ataque a facadas, na zona Sul de Teresina, comentou, em entrevista à TV Antena 10 e ao A10+, a condenação de Eduardo Alves da Luz, de 43 anos. Ele deverá cumprir pena de 10 anos de prisão em regime fechado. A decisão cabe recurso.
A jovem relatou, nesta quarta-feira (19), que sentiu alívio com a sentença, porém esperava uma punição maior. A mãe, atualmente, mudou-se de estado e vive longe da família por questão de segurança.
TV Antena 10/A10+
"Eu achei pouca a penalidade dele pelo que a minha mãe sofreu, pelo que eu sofria, eu achava que ele ia pagar um preço mais caro. Mas é como eu falei, 10 anos é melhor que nada. É um alívio imenso. Pelo fato de a gente se sentir livre, leve, eu posso viver em paz agora. Eu espero que ele cumpra a pena dele e que a minha família realmente respire", desabafou.
Maria Vitória também descreveu o sentimento de ficar diante do réu. "Eu presenciei ali o meu trauma. Eu estava cara a cara com o meu trauma, mas eu tive que lutar por conta da minha mãe, pela justiça em relação à minha mãe. Minha mãe não merecia passar por tudo aquilo. Eu fiquei bem abalada em relação ao que ele falou porque muitas das coisas não eram verdade. Ele xingava, sim, a minha mãe. Ele violentava, sim, fisicamente e verbalmente a minha mãe, e isso me abalou bastante", afirmou.
Sobre o crime
A vítima foi surpreendida e esfaqueada pelo menos 12 vezes, em 07 de dezembro de 2023, na Avenida principal do Parque Piauí, zona Sul de Teresina. Um vídeo do circuito de monitoramento mostra a mulher sentada na calçada quando um homem estaciona o carro próximo a vítima e corre em direção a ela. Ele rapidamente desfere diversas facadas na mulher que tenta se defender. Depois de cometer o crime, o homem fugiu do local.
Uma mulher que não quis se identificar relatou à TV Antena 10 que a vítima, após sofrer as facadas, estava sentada e populares colocaram uma camisa para estancar o sangue: "ela estava em pé, pediu uma cadeira, sentou. Conversamos com ela e ela disse que a vista estava escurecendo. Pedimos ajuda na avenida, uma pessoa que passava colocou ela no carro e foi levada para o Promorar, depois para o HUT", afirma.
Ela relatou aos populares que tinham uma medida protetiva contra o ex-companheiro. No local do crime, foi encontrada uma faca com cabo branco, deixada pelo homem, e poças de sangue da vítima.
A vítima foi encaminhada ao Hospital de Urgência de Teresina (HUT) e o estado de saúde dela era considerado grave.
Prisão
Eduardo Alves da Luz, de 43 anos, foi preso cinco dias depois do crime. Ele se apresentou na sede do DHPP na companhia de advogados. No momento, a defesa sustentou que o homem tem diabete tipo 1 e que, neste caso, ele necessita de injeções diárias de insulina para manter a glicose no sangue em valores normais.
O que diz a polícia?
Em entrevista à TV Antena 10, a delegada Nathalia Figueiredo, responsável pelo caso, relatou que Eduardo Alves usou do Direito constitucional de permanecer calado. Segundo ela, não foi a primeira vez que a vítima foi lesionada pelo criminoso. A mulher, de acordo com a polícia, não podia sequer ter rede social.
"Ele sempre foi, segundo ela, uma pessoa extremamente violenta, controladora, inclusive ela não tinha acesso a rede social, por exemplo, celular ela não tinha. Então esse arrependimento, que ele diz ter, muitas vezes é muito comum vir do agressor que encontra-se encurralado. Quem tinha que temer era ela, que não tinha vida, inclusive pra ir pro trabalho ela precisava de que um parente a deixasse, tamanho medo que ela tinha dele fazer alguma coisa e tanto que fez", disse.