(Atualizada às 11h55)
O A10+, portal de notícias da TV Antena 10, apurou que é fake o anúncio de um suposto massacre em escolas da zona Sul de Teresina, marcado para ocorrer nesta segunda-feira (10). A imagem que está circulando nas redes sociais é a mesma utilizada no Rio de Janeiro.
A divulgação das mensagens falsas criou uma onda de pânico em grupos de WhatsApp. Preocupados com o caso, pais e responsáveis não querem mandar os filhos para escolas com medo das ameaças. No entanto, o A10+ apurou que a imagem que estão usando para anunciar o suposto massacre já foi divulgada no Twitter no dia 8 de abril.
Por se tratar de fake News, o A10+ não vai reproduzir o conteúdo da imagem para não criar mais pânico na população. A reportagem apurou que as Forças de Segurança do Estado já foram informadas sobre as constantes ameaças falsas de massacre em escolas da capital.
Pais de alunos estão preocupados com a disseminação deste conteúdo, principalmente depois dos ataques que ocorreram em São Paulo e Santa Catarina. Na semana passada, um homem de 25 anos invadiu uma creche e matou quatro crianças. Outras cinco ficaram feridas.
"Estamos também ligando para algumas escolas, por videoconferência, orientando as diretoras sobre a conduta e postura das servidores durante esse período. Orientando as escolas como elas devem se reportar as famílias para que elas façam o monitoramento dos seus filhos. Estamos com a viatura na rua, fazendo orientação física, e indo a cada escola conversando com os diretores para que a gente atinja o maior número de escolas possíveis", disse o capitão Carmos da Companhia Independente de Policiamento Escolar (CIPE) da Polícia Militar ao A10+.
Segundo a polícia, não há qualquer confirmação oficial de massacre para ocorrer em escolas da zona Sul de Teresina nesta segunda-feira (10). Todas as ameaças falsas estão sendo investigadas e os responsáveis pela disseminação do conteúdo falso poderão ser penalizados.
O que diz a Seduc?
Em nota encaminhada ao A10+, a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) informou que a Polícia Civil, por meio da Delegacia de Crimes Virtuais, está investigando as mensagens que circulam nas redes sociais. O órgão destacou que está orientando que todas as escolas registrem boletins de ocorrência sobre possíveis ameaças.
Veja abaixo a nota na íntegra:
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) e a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) estão cientes das informações que circulam nas redes sociais e tomando as seguintes providências:
•A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Crimes Virtuais, está investigando as mensagens que circulam nas redes sociais;
•A Companhia Independente de Policiamento Escolar – CIPE intensificou as rondas no entorno e nas escolas da rede, além de realizar palestras com orientações para professores e estudantes;
•A Secretaria de Estado da Educação (Seduc) orientou que todas as escolas registrem Boletins de Ocorrência sobre possíveis ameaças e/ou outras situações de violência;
•A Seduc convocou 54 novos psicólogos e assistentes sociais para compor as equipes multiprofissionais, que estão atuando na prevenção da violência e nas questões relacionais às competências socioemocionais nas escolas;
•A Seduc orientou todas as escolas a trabalhar o tema de bullying e violência por meio do Projeto Semana Presente, que acontece de 10 a 14 de abril em todas as unidades de ensino;
•A Seduc realiza desde 2020 o Projeto Estudar Pode Ser Leve, por meio do Canal Educação. A ação tem como objetivo a realização de palestras, rodas de conversas e atividades didático-pedagógicas envolvendo estudantes, professores e profissionais de diversas áreas que trabalham diretamente com as competências socioemocionais. O programa é transmitido semanalmente em dois momentos.
•A Seduc e SSP criaram um Grupo de Trabalho para articulação de uma rede protetiva para as crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade, além da criação de um Plano para fomentar a Cultura de Paz nas Escolas.
•Além disso, o Ministério da Justiça e Segurança Pública, em parceria com a SaferNet Brasil, criou um canal exclusivo para recebimento de informações de casos suspeitos de ataques a instituições de ensino. As denúncias estão sendo recebidas por meio de formulário disponível no endereço: www.mj.gov.br/escolasegura. Todos os conteúdos enviados serão mantidos sob sigilo. A pasta deve investir R$ 150 milhões no apoio às rondas escolares e ações similares.
Como denunciar
Recentemente, o Ministério da Justiça criou um canal de denúncia específico para combater massacres e ataques nas escolas. O canal já está ativo e pode ser acessado no endereço "https://www.gov.br/mj/pt-br/escolasegura".
A medida faz parte do início de um planejamento de política nacional do governo do presidente Lula, chamada de "Operação Escola Segura", para dar resposta aos casos de massacre que ocorreram em São Paulo (SP) e em Blumenau (SC).