A Secretaria de Segurança do Piauí (SSP-PI) está estudando adotar no Piauí o protocolo contra a violência de gênero e sexual estabelecido na Espanha. O modelo, que muito se foi discutido por conta da prisão de Daniel Alves, tem como objetivo agilizar a produção de provas para que os casos de abusos sejam solucionamos rapidamente.
O secretário de Segurança Chico Lucas contou à TV Antena 10 que o Piauí já estudava a implementação do protocolo no estado. Depois da morte da estudante de jornalismo Janaína Bezerra dentro da UFPI, o assunto se tornou mais urgente. Janaína foi abusada e morta dentro das dependências da universidade após uma festa que acontecia no local.
“Nós vamos discutir amanhã um assunto que já vinha sido discutido, que é o protocolo para que a gente envolva escolas, hospitais, bares, restaurantes e casas de shows. Todos precisam ser responsáveis pelas violências de gênero e por isso a gente vai discutir isso. Esse modelo de protocolo já vinha sendo discutido”, explicou.
A coordenadora de Estado de Políticas para as Mulheres do Piauí, Zenaide Lustosa, comentou que o feminicídio é fruto de uma cultura machista e patriarcal e que precisa ser combatida tanto pelo estado como pela sociedade.
“O feminicídio é um crime enunciado porque a gente tem uma sociedade patriarcal e machista então enquanto a gente não desconstruir essa cultura a gente vai tendo casos de violência contra a mulher. A responsabilidade é do estado, mas também é da sociedade civil”, disse a coordenadora.
Chico Lucas comentou ainda sobre campanhas de conscientização que serão desenvolvidas no Piauí, principalmente nessa época de Carnaval. O secretário citou a campanha “Não é Não”, que chama a atenção para abordagens violentas em mulheres.
“Todo ato precisa ser consentido, não pode haver da parte dos homens uma iniciativa violenta, abusadora, constrangedora. A gente ia fazer essa conscientização, colocar números para denúncias. Vamos fazer um treinamento a longo prazo, mas no Corso de Teresina e no Carnaval já queremos fazer a divulgação”, disse.
Zenaide Lustosa também explicou sobre as campanhas destinadas ao Piauí. “Vamos acelerar algumas ações que já estavam previstas para 2023, como a criação de protocolos. Nós já temos uma lei estadual, do Sinal Vermelho, que propõem protocolos em bares e restaurantes para que a esses profissionais desses estabelecimentos tenham as informações de como acolher essas mulheres e quem procurar, quais passos tenham que se dar”.