(Atualizada às 19h17)
Na tentativa de evitar o movimento grevista, membros do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários no Estado (Sintetro) participaram de uma audiência com representantes da Prefeitura de Teresina e empresários do sistema de transporte coletivo da capital na tarde desta sexta-feira (10) no Tribunal Regional do Trabalho (TRT-PI). Sem acordo entre as partes, a greve está mantida para segunda-feira (13) na capital.
Na reunião, eles discutiram a assinatura da convenção coletiva da categoria, o reajuste salarial dos motoristas para R$ 2.830 com jornada de 7h20, ticket alimentação de R$ 600 e plano de saúde. O presidente do Sintetro, Antônio Cardoso, relatou à TV Antena 10 que vai apresentar aos trabalhadores a proposta que foi apresentada pelos empresários na tentativa de evitar a greve geral na capital.
"Vamos tentar marcar uma assembleia de urgência, quem decide são eles. Apresentamos a contraproposta, que não teve nem resposta. Eles [empresários] colocaram a deles e a gente a nossa. Por enquanto a greve está mantida, mas vamos explanar para os trabalhadores sobre o que aconteceu nesta reunião. Tem pessoas interessadas em resolver essa situação, a gente viu agora realmente quem quer resolver o problema", disse o sindicalista.
O presidente do Setut, Marcelino Lopes, lamentou a decisão da categoria em manter a greve geral para a próxima semana. Ele alegou que ofereceu um aumento acima da inflação para os trabalhadores, mas o Sintetro não aceitou. Ele citou que a Prefeitura de Teresina se comprometeu em repassar um subsídio de R$ 2 milhões, mas pediu prazo de até 90 dias para analisar o que pode aumentar acerca desse valor.
"A inflação hoje é 5,7%. Nós oferecemos 6% do salário, 30% no auxílio saúde e 25% no auxílio alimentação. É 5, 6x acima da inflação e mesmo assim, o sindicato achou que vale fazer a greve. Lamento profundamente, com todo esse tempo que tenho, todo ano negociando com os colaboradores, nunca vi algo parecido. Um aumento superior a inflação, hoje tem sete empresas que não pagaram salário porque não tem dinheiro. Essa greve é pra atingir quem? Só pode ser a população. É lastimável", disse Lopes em entrevista à TV Antena 10.
A greve já havia sido anunciada pela categoria esta semana. Existia, até então, uma possibilidade de adiamento, principalmente após reunião no TRT. Agora, o Sintetro vai se reunir com urgência com os trabalhadores e juntos irão analisar a proposta que foi apresentada pelos empresários do Setut acerca dos direitos que eles cobram. Se não chegarem a um acordo, o movimento terá início na manhã de segunda-feira (13).
A Strans informou que já cadastrou veículos alternativos para circular na capital durante a greve. Por lei, os trabalhadores deverão manter - pelo menos - 30% da frota circulando durante a greve.
Em fevereiro deste ano, o Setut relatou que para a circulação de 300 ônibus [como foi proposto por vereadores] precisaria de um repasse de R$ 6,3 milhões. Os vereadores alinharam com as empresas concessionárias a possibilidade de incrementar mais 80 veículos na atual frota de 220 ônibus.