Atualizada às 18h55
O Juiz Marcus Klinger Madeira de Vasconcelos manteve a prisão temporária da blogueira Ana Azevedo, envolvida com a facção criminosa Bonde dos 40. A decisão foi proferida nesta quinta-feira (01) durante audiência de custódia. A jovem e outras mulheres foram presas durante a operação “DRACO 210 - Faixa Rosa”.
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Na decisão, obtida pelo A10+, o magistrado estabeleceu as seguintes medidas cautelares após o término da prisão temporária: proibição de ausentar-se da comarca, sem autorização do Juízo, enquanto perdurar o inquérito ou o processo; recolhimento domiciliar no período noturno, todos os dias da semana, das 22 as 06 horas do dia seguinte; MONITORAÇÃO ELETRÔNICA, mediante a colocação de tornozeleira eletrônica, pelo prazo de 06 (seis) meses.
“Tais medidas se referem à apuração dos crimes de posse ilegal de arma de fogo e receptação e deverão ser cumpridas após decorrido o prazo da prisão temporária”, descreveu o juiz.
O A10+ apurou que custodiada relatou maus-tratos durante a abordagem da sua prisão. Ao ser solicitado a se pronunciar, o representante do Ministério Público se manifestou favoravelmente à homologação da prisão em flagrante, aproveitando a ocasião para requerer sua conversão em prisão preventiva.
Ana Azevedo morava na região do Grande Dirceu e foi expulsa por membros de uma facção criminosa. Devido às ameaças, ela chegou a deixar Teresina, mas acabou retornando à cidade. O coronel James descreveu a atuação dela na facção. "A Ana Azevedo convivia com um integrante do bonde dos 40 e ela articulava com ele as drogas nesse bairro", disse.
Debochou da prisão
Nem as algemas nem o camburão da Polícia Civil do Piauí foram suficientes para conter o tom de deboche da blogueira Ana Azevedo. Ao deixar a Central de Flagrantes de Teresina rumo à audiência de custódia, nesta quarta-feira (1º), ela declarou que em breve estará de volta às ruas. Durante uma breve entrevista ao A10+ e à TV Antena 10,Ana ainda chegou a cantar uma música na qual se autoproclama “rainha do Instagram”.
Como agiam
As alvos da operação, segundo a polícia, desempenhavam funções diversas e relevantes na engrenagem da organização criminosa, tais como: disseminação de ordens hierárquicas, aplicação de disciplina interna, recrutamento, arrecadação de valores ilícitos e organização logística de atividades delitivas, especialmente no tráfico de entorpecentes e no suporte a ações violentas.
A análise do conteúdo extraído também confirmou o uso de linguagem codificada, símbolos da organização e a existência de um estatuto interno com normas e sanções disciplinares, caracterizando o modus operandi típico de organizações estruturadas, nos termos da Lei nº 12.850/2013.