Socorro Silva, mãe de Janaína Bezerra, revelou em entrevista à TV Antena 10 a tristeza sofrida por mais uma vez se deparar com o adiamento do julgamento de Thiago Mayson, acusado de estuprar e matar a estudante de Jornalismo, em janeiro deste ano.
Do lado de fora do Fórum Criminal, impedidos de assistir a audiência, a família esperava por uma resposta nesta sexta-feira (01). O A10+ apurou que o advogado de defesa do acusado não compareceu à audiência. Ele assumiu o caso recentemente e alegou que não teve tempo de ler o processo. O homem é ex-advogado do goleiro Bruno.
"Parece que estamos vivendo tudo de novo. Não vai trazer minha filha de volta, mas vamos ter paz em nossos corações. A gente vive atribulado, não dorme, não come, fica na expectativa, e quando chega o dia não temos resposta", descreveu dona Socorro.
A mulher, muito abalada, afirmou que não irá desistir da punição do assassino da filha. "Queremos saber o porquê dele [Thiago] ter toda essa prioridade. Ele destruiu uma família e estamos sofrendo. Era muito querida minha filha, não fazia mal a ninguém, e a gente fica sofrendo sem resposta. Todo dia eu choro porque a dor não passa. O que eu peço é Justiça, e vamos lutar por Justiça, e não vamos desistir, não vamos descansar", destacou.
O advogado Ércio Quaresma Firpe assumiu a defesa de Thiago Mayson há dois dias. Ao A10+, Ana Célia Sousa, professora da Uespi e membro da Frente Popular de Mulheres Contra o Feminicídio, informou que o novo advogado de defesa teria alegado que não teve tempo de ler o processo. A previsão agora é que o novo julgamento ocorra a partir do dia 26 de setembro.
Outro adiamento
A sessão havia sido marcada para esta sexta-feira (01), depois de também ter sido adiada em 17 de agosto, pela falta de quórum. O A10+ apurou que a Universidade Federal do Piauí (UFPI) deixou de notificar 12 jurados. Familiares e amigos realizaram protesto em frente a reitoria da UFPI e cobraram explicações.
Relembre o caso
Janaína Bezerra, de apenas 22 anos, foi assassinada em uma sala da UFPI, após calourada ocorrida entre a noite de sexta-feira, 27 de janeiro, e a madrugada de sábado, dia 28. Thiago foi preso horas depois e teve a prisão preventiva decretada pela justiça no domingo, dia 29.
Em depoimento à polícia, ele contou que já conhecia a vítima e teriam “ficado” em outras ocasiões. Ele relatou que estavam em uma “calourada” na UFPI e que por volta das 2h convidou a jovem para seguirem a um corredor e em seguida se dirigiram a uma das salas de aula onde praticaram sexo consensual e que após a prática sexual a vítima teria ficado desacordada por duas ocasiões, sendo a última por volta das 4h.