A Polícia Civil do Piauí investiga o caso de feminicídio seguido de suicídio na zona rural de Teresina, ocorrido no último final de semana. A mulher de 26 anos, Viviane Guilherme da Silva, foi morta a tiros e o principal suspeito do crime seria o ex-companheiro dela, Antônio Francisco Pereira da Silva, de 56 anos, que teria tirado a própria vida.
À TV Antena 10 e ao A10+, a delegada Nathália Figueiredo explicou que o casal estava separado há cerca de 20 dias. Amigos e familiares relataram à polícia que o relacionamento era marcado por ciúmes e sentimento de posse por parte de Antônio, o que teria, inclusive, provocado a demissão de Viviane no emprego.
"Havia no contexto da relação muito ciúme por parte do autor. Outros motivos a mais para o término, nós vamos saber com as oitivas. Mas, segundo familiares, seria um relacionamento abusivo no contexto de ciúmes. Sobre violência física, nós vamos ainda apurar. Foi informado à equipe, que devido a essa possessividade por parte do autor, ela teria até perdido o emprego. Vamos agir com toda cautela, na investigação nada se descarta, para que possamos concluir o inquérito da melhor forma possível", disse a delegada.
No dia crime, a mulher teria à casa do ex-companheiro para buscar objetos pessoais dos filhos. Ela teria sido assassinada a tiros de espingarda. O corpo do homem foi encontrado no mesmo local.
"Só descartamos motivações ou possíveis envolvimentos ao final do inquérito. Não temos imagens de videomonitoramento, lá é uma zona rural, mas nós temos importantes ferramentas objetivas e técnicas, como o laudo pericial do local do crime, que vai nos dar a dinâmica, e o exame cadavérico de ambos", detalhou a delegada.
Durante a análise do local do crime, o perito criminal observou uma manipulação em um dos corpos. Essa informação também é apurada. No entanto, a delegada Nathália Figueiredo destacou que ainda não há elementos que estabeleçam que isso tenha ocorrido de forma intencional ou que alguém tenha tocado no corpo por uma situação emocional. Um irmão de Antonio teria sido a pessoa que encontrou os corpos e acionou a polícia.
"A manipulação do corpo foi averiguada pelo perito criminal. Pela dinâmica, ele percebeu que ali não era a posição inicial. Mas temos que nos atentar que é um crime em que o autor tirou a própria vida. Pode ter havido a manipulação do corpo não intencional, não com a intenção de fraude processual, mas no calor da emoção. A gente pede que sempre que haja esse tipo de situação de morte violenta, que não mexa no corpo, aguarde a polícia e a perícia para que não haja prejuízo na investigação", pontuou.
Nos próximos dias mais testemunhas serão ouvidas para a conclusão do inquérito. "É necessário a gente entender a dinâmica desse caso, o que poderia ter motivado esse crime tão bárbaro, com um desfecho ainda mais triste, no contexto de suicídio. É importante ouvirmos familiares e testemunhas", concluiu a delegada.