Polícia Civil apreende moto de ‘Diabão’ usada no latrocínio de barbeiro em Teresina

Segundo delegado, veículo foi utilizado em vários crimes na capital, inclusive em um homicídio

A Polícia Civil do Piauí apreendeu, na manhã desta terça-feira (04), a motocicleta utilizada por Pablo Kelvisley Sousa Silva, 19 anos, vulgo “Diabão", no latrocínio do barbeiro José Vitor Carvalho de Sousa, de 25 anos, em Teresina. De acordo com o delegado Bruno Ursulino, à TV Antena 10 e ao A10+, o veículo aparece também em outros crimes que teriam sido cometidos pelo suspeito.

  

Polícia Civil apreende moto de 'Diabão' usada no latrocínio de barbeiro em Teresina Thracy Oliveira/TV Antena 10/ A10+
   

"Ele utilizava uma motocicleta que era cadastrada em nome da mãe, porém utilizada somente por ele. Com o farto material probatório, o veículo foi utilizado por várias vezes para realizar crimes. Nós temos pelo menos dois homicídios em que essa motocicleta aparece. Dada essa utilização dela de forma ilícita, a gente solicitou à justiça, a busca e a apreensão, e a gente espera que seja dado o perdimento do bem e a destinação melhor para esse veículo", explicou o delegado.

O veículo estava escondido na casa de familiares de Pablo. "Ele escondeu ela e saiu rumo ao Tocantins. Ela se encontrava em um imóvel que pertence aos familiares dele, que era o imóvel que ele residia. Nesse caso ele agiu sozinho e o que a gente demonstra é que essa motocicleta foi utilizada como veículo para se aproximar das vítimas e realizar os homicídios", concluiu.

Fugiu para o Maranhão e frequentava a igreja para tentar se esconder da polícia

Pablo Kelvisley Sousa Silva, 19 anos, vulgo “Diabão", suspeito do latrocínio do barbeiro José Vitor Carvalho de Sousa, de 25 anos, em Teresina, contou com o suporte da família e até mesmo frequentava uma igreja no estado do Maranhão para tentar se esconder e fugir da ação policial. Ele foi preso em São Miguel do Tocantins (TO), nesse sábado (27).

O delegado Bruno Ursulino detalhou que 'Diabão' teria fugido para Imperatriz, no Maranhão, onde foi recebido por familiares, que integram uma igreja e fazem parte de diversas atividades religiosas na cidade. Ele teria se aproveitado disso para tentar se esconder da polícia.

  

Diabão, suspeito de latrocínio no Piauí, fugiu para o Maranhão e frequentava a igreja para se esconder da polícia Agência Tocantins
   

"Ele tem familiares que é próximo a uma igreja específica lá na região onde ele mora, e ele se utilizou disso para poder cobrir as ações dele, principalmente no que tange ao esconderijo dele. No momento em que a polícia vai realizar diligências em uma igreja ou em uma casa religiosa a gente tem que agir com maior prudência, porque a gente sabe que a maioria das pessoas que frequenta, é do bem. A gente consegue passear por todos esses locais onde ele passou. A gente conseguiu demonstrar que ele havia estado no local tanto que a gente consegue fazer a apreensão da roupa que foi utilizada por ele no dia na casa onde a avó dele residia e que ele residia também. A gente percebe que ele andou na igreja e na casa de internação que é mantida por essa igreja. Nós não temos dúvida de que os familiares deram suporte, sim, pra ele", afirmou. 

De acordo com o delegado, após o crime, Pablo teria escondido a motocicleta usada e vendeu o celular roubado da vítima José Vitor. A intenção era se desvencilhar do material para fugir rapidamente e não ser preso. 

Durante as investigações, a polícia descobriu que o suspeito teria envolvimento com o PCC, e já teria perdido os "parceiros", que acabaram sendo presos. Ao ser interrogado pelos policiais, ele chegou a dizer que atuava como "disciplina" da facção, revelando o envolvimento em mais assassinatos. 

"O grupo com o qual ele agiu em outros crimes já havia sido preso. 5 pessoas. Todos eles têm vínculo com a organização criminosa PCC. O Pablo, inclusive, no momento da prisão afirmou para os policiais que estava atuando na função de disciplina e afirma  que foi o responsável por esse latrocínio e por outros homicídios aqui na região. Nós vamos formatar todos esses crimes que ele está envolvido, além desse, para que possamos pesar sobre ele também mais essa acusação e ele fique mais tempo afastado das ruas", explicou o delegado. 

O delegado reforçou que José Vitor não tinha qualquer envolvimento com a criminalidade. O latrocínio, que chocou moradores da região, ocorreu na zona Sudeste da capital em agosto deste ano.

  

Vítima foi baleada na zona Sudeste de Teresina Reprodução
   

"Ele não tinha, efetivamente. No dia específico a vítima tinha sido chamada pra socorrer um tio que estava passando mal, nesse deslocamento ele faz acionamento do SAMU e fica aguardando a equipe, durante esse aguardo, ele acaba sendo abordado pelo Pablo, que vai para tomar o celular e em um desdobramento dessa abordagem, o Pablo dá o disparo na cabeça da vítima", detalhou o delegado.

José Vitor faleceu no hospital dois dias depois. Para o delegado, não há dúvidas que Pablo agiu sozinho. 

"A gente percebe que em outras ações que foram realizadas pelo Pablo, ele agiu em conjunto com o grupo criminoso dele, mas especificamente nessa ação, ele age sozinho, e a gente consegue demonstrar o percurso dele, que ao subtrair esse aparelho celular, para se livrar dele, efetua essa comercialização ilícita", detalhou.