A Polícia Civil do Piauí indiciou Kauã Pablo Vieira Silva, de 19 anos, pelo crime de latrocínio contra o sargento Antônio Elenilton Araújo Galvão, 47 anos, em Teresina. O policial foi morto ao reagir a uma tentativa de roubo de um colar pelo indivíduo e um adolescente, João Emanuel, que acabou sendo morto em troca de tiros com agentes de Segurança.
O delegado Bruno Ursulino, em entrevista à TV Antena 10, deu detalhes dos elementos que constam no inquérito. "A dupla é responsável por tirar a vida do nosso colega, o sargento Galvão. Ele já vinha realizando assaltos focados nessa questão de objetos de ouro, seja colar, pulseira, ou anel de ouro. Nesse dia, em específico, eles saíram naquela direção e passaram por três vezes próximo ao local onde a vítima se encontrava. No momento em que eles abordam a vítima, ela mantém a ação instintiva de reagir para defender a si e aos próximos, mas numa posição em desvantagem que que ele se encontrava, acabou sendo atingido primeiro e eles fogem com a arma da vítima", explicou o delegado.
Os familiares dos envolvidos também serão responsabilizados, em outro inquérito, por terem escondido a arma do policial e a motocicleta utilizada no crime.
"Eles tentaram esconder essa arma em casas de parentes, esses parentes foram conduzidos, e vão responder por isso: por porte ilegal de arma de fogo, o favorecimento pessoal, pelo fato de tentar esconder tanto o objeto do crime, como a arma utilizada para dar vantagem a pessoa que realizou esse crime. É necessário a gente apontar, de forma bem objetivo, o que cada um cometeu. A gente facilita a ação do judiciário ao estar oferecendo a individualização da conduta de cada um, a culpabilidade e a pena adequada", detalhou.
O documento será analisado pelo Ministério Público para oferecimento da denúncia. Posteriormente, o caso segue para julgamento no Poder Judiciário.
"Conseguimos recrutar vários elementos de informação, e não tem como ser diferente. Temos certeza que virá o oferecimento dessa denúncia, que ele certamente vai responder. É importante dizer que não é um caso de homicídio, então não vai para o Tribunal do Júri. É um caso de latrocínio, então é uma pena que vai ser expedida por um juiz singular. É uma decisão técnica. E que acreditamos ser melhor porque até o trâmite é mais célebre para que ele já tenha essa pena e já comece a cumpri-la", concluiu o delegado.
Relembre o caso
O sargento da Polícia Militar do Piauí, Antônio Elenilton Araújo Galvão, de 47 anos, morreu no Hospital de Urgência de Teresina (HUT), após ser baleado na região do Conjunto Francisco Marreiro, na zona Sudeste da capital, em 26 de abril.
No dia seguinte foi deflagrada uma operação da Secretaria de Segurança Pública para encontrar os envolvidos. Durante as ações, João Emanuel Fernandes de Sousa morreu ao reagi à abordagem e dispara contra a equipe, que respondeu à agressão. O suspeito chegou a ser socorrido e levado ao Hospital de Urgência de Teresina (HUT), mas não resistiu aos ferimentos.
Kauã Pablo Vieira Silva, de 19 anos, foi capturado no mesmo dia. A família do adolescente de 16 anos dois foi presa com drogas, que segundo o delegado Charles Pessoa, seria da irmã do Regim, mais conhecida como Delvinha. O indivíduo é identificado como um dos líderes do Comando Vermelho na zona Norte da capital. O filho dele, Gabriel, foi morto em 25 de abril, em confronto com a Polícia Militar.
"Dois tios, irmãs, o mecânico que escondeu a moto. É uma família desagregada, com várias passagens por tráfico de drogas", explicou.
Histórico criminal
João Emanuel já havia sido apreendido anteriormente, junto com Edilson, durante uma ação no bairro Três Andares, zona Sul de Teresina, quando foram encontrados 63 invólucros e um tablete de crack em posse da dupla. Posteriormente, Edilson, o "Menor Rei", também foi flagrado com motocicletas roubadas. Mikaelle, por sua vez, foi presa em flagrante em 2021, durante uma operação do Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico (DENARC), também por envolvimento com o tráfico de entorpecentes.
Divulgação
Além dos irmãos, as investigações apontam o envolvimento de Kauã Pablo Vieira Silva, de 19 anos. Em fevereiro deste ano, Kauã foi preso em flagrante por porte ilegal de arma de fogo, mas foi liberado no dia seguinte mediante concessão de liberdade provisória. Com histórico de circulação armada, ele passou a ser investigado por possível participação no crime contra o cabo da PM.