Atualizada às 6h56
A Secretaria da Segurança Pública do Piauí (SSP-PI), por meio da Polícia Civil, deflagrou na terça-feira (04/11) a Operação Carbono Oculto 86 que investiga a infiltração do PCC no setor de combustíveis no Piauí. Empresários, que não tiveram nomes revelados, foram alvos da ação. Não houve prisões até o momento. Mais de 40 postos de combustíveis em Teresina, em outras cidades do Piauí e também em dois estados vizinhos foram interditados.
O grupo, segundo a polícia, utilizava uma complexa estrutura de empresas de fachada, fundos de investimento e fintechs para lavar capitais ilícitos, fraudar o mercado de combustíveis e ocultar patrimônio. Não houve prisões, mas empresários estão sendo investigados por envolvimento no esquema.
SSP-PI
Aliando inteligências financeira e de segurança, a investigação revelou interconexão direta entre empresários locais e os mesmos fundos e operadores financeiros investigados pela Operação Carbono Oculto, que integrou Receita Federal, Polícia Federal, Ministério Público de São Paulo e PM paulista para desarticular um esquema nacional de lavagem de dinheiro de organizações criminosas.
SSP-PI
Na manhã desta quarta-feira (05), as equipes policiais seguem em campo com a interdição de 49 postos de combustíveis nos municípios de: Teresina, Lagoa do Piauí, Demerval Lobão, Miguel Leão, Altos, Picos, Canto do Buriti, Dom Inocêncio, Uruçuí, Parnaíba e São João da Fronteira, no Piauí; Peritoró, Caxias, Alto Alegre e São Raimundo das Mangabeiras, no Maranhão; e São Miguel do Tocantins, no Estado do Tocantins. A ação faz parte das medidas cautelares determinadas pela Justiça.
Mais detalhes sobre o caso serão apresentados durante coletiva de imprensa, a ser realizada às 11h de hoje na sede do Ministério Público do Piauí, com a presença de representantes da Secretaria da Segurança Pública, Polícia Civil, Ministério Público e Instituto de Metrologia do Piauí.
Entenda o caso
A Receita Federal deflagrou a Operação Carbono Oculto, considerada a maior ação já realizada no Brasil contra o crime organizado no setor de combustíveis. A operação tem como alvo uma organização criminosa acusada de sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio por meio de fintechs e fundos de investimento.
No Piauí, postos de combustíveis estão entre os mais de 1.000 estabelecimentos que apresentaram movimentações suspeitas entre 2020 e 2024. Segundo a Receita, esses postos faziam parte de um esquema nacional de lavagem de dinheiro, atuando como receptores de valores ilícitos em espécie ou por meio de maquininhas de cartão, repassando os recursos para contas controladas pela organização criminosa.