"Quem me conhece sabe", diz ex-mecânico que, segundo a polícia, movimentou R$ 3 milhões no Piauí; foi alvo de operação contra rifas ilegais

Vítor Mídia e outros influenciadores foram alvos de operação deflagrada, nesta sexta (21), em Parnaíba

O influenciador digital Vítor Mídia, um dos investigados na Operação Laverna, deflagrada nesta sexta-feira (21) em Parnaíba, Litoral do Piauí, se pronunciou nas redes sociais após a ação policial. A operação apura um suposto esquema de rifas ilegais que teria impulsionado o patrimônio do influenciador. "Quem me conhece sabe que sou honesto, nunca quis nada de ninguém, tenho certeza que isso vai ser esclarecido, estou disposto a contribuir para isso", declarou. 

De acordo com o delegado Ayslan Magalhães, as investigações apontam que, em 2022, o investigado trabalhava como mecânico e, dois anos depois, já apresentava um patrimônio estimado em R$ 3 milhões, resultado principalmente de rifas divulgadas nas redes sociais.

  

"Foi uma falta de informação, tudo vai ser esclarecido" diz influenciador Vítor Mídia, alvo da Operação Laverna, no Litoral do Piauí
Reprodução

   

Em vídeo publicado nas redes sociais, Vítor afirmou que o que aconteceu foi uma "falta de informação" e que o caso será esclarecido o quanto antes. Ele também comentou sobre críticas e apoio recebidos.

"Em um dia normal eu já estaria postando nossos conteúdos, nossas campanhas, mas hoje foi diferente. Vocês viram muitas reportagens, pessoas comentando o que não sabem, pessoas apoiando também. Em relação ao que aconteceu estou tranquilo, não teve nenhum desrespeito, os policiais estão fazendo o trabalho deles. Foi apenas uma falta de informação que vai ser esclarecido o quanto antes", disse Vítor Mídia em suas redes sociais.


O influenciador também falou sobre sua conduta e a arma encontrada durante a ação; segundo ele, o objeto é legalizado e está em sua posse há anos.

"Quem me conhece sabe que sou honesto, nunca quis nada de ninguém, tenho certeza que isso vai ser esclarecido, estou disposto a contribuir para isso. Sobre a arma que foi encontrada aqui em casa é uma arma registrada no meu nome, de uso pessoal que eu tenho há anos. Ela não foi apreendida, está guardada como tem que ser. E se por um acaso a gente não puder trabalhar vocês serão reembolsados", afirmou.

  

Polícia deflagra nova operação contra o "Jogo do Tigrinho" no litoral do Piauí
Divulgação

   

Ele ainda criticou comentários negativos e mencionou um dos ganhadores que teria vencido rifas mais de uma vez. "Tem muita gente comentando coisa ruim, que não sabe. Peço aos meus ganhadores pra retribuírem a gratidão e aparecerem. Em relação ao ganhador que ganhou duas vezes foi sorte, foi mérito dele. Nós prezamos pela transparência", disse o influenciador.

Por fim, Vítor comentou sobre a apreensão de motocicletas da loja da qual é proprietário, alegando que o empreendimento não tem relação com as rifas.

"Levaram as motos da loja, mas a loja tem um CNPJ independente da minha publicidade com as edições e campanhas. Não tem ligação uma coisa com a outra, então tudo vai ser esclarecido, a loja vai voltar às atividades normais", declarou.

Com mais de 160 mil seguidores, Vítor Mídia se apresentava como empreendedor digital e utilizava suas redes principalmente para divulgar rifas, muitas delas anunciadas como beneficentes, prática considerada ilegal pela polícia.

Entenda 

O influenciador Vítor Mídia chamou atenção da polícia por uma evolução patrimonial em pouco tempo. Segundo o delegado Ayslan Magalhães, em 2022 o alvo da ação trabalhava como mecânico. Dois anos depois, já ostentava um patrimônio estimado em R$ 3 milhões, impulsionado por rifas divulgadas nas redes sociais.


À TV Antena 10, o delegado Ayslan Magalhães explicou que o padrão de vida repentinamente elevado levantou suspeitas. “O que chamou atenção foi essa evolução patrimonial absurda em dois anos. O indivíduo que trabalhava em uma oficina mecânica, de repente, consegue comprar uma casa de R$ 500 mil, carros e motos de luxo, fazer viagens extremamente caras. Constatamos indícios de lavagem de dinheiro e ganhos financeiros decorrentes de atividades ilícitas”, afirmou.


A Secretaria de Segurança Pública, por meio da Polícia Civil e Polícia Militar, deflagrou na manhã desta sexta-feira (21) a Fase II da Operação Laverna, em Parnaíba, litoral do Piauí. A ação teve como objetivo cumprir medidas cautelares em investigação que apura a atuação dos influenciadores S.C.dos.S. (Sarah Brenna), L.M.B., L.C..M.J. e J.V.A.P (Júnior Mídia), todos suspeitos de envolvimento em crimes digitais ligados à promoção de plataformas de apostas ilegais e rifas irregulares nas redes sociais. Pelo menos R$ 5 milhões foram movimentados pelo grupo.