Atualizada às 13h40
A delegada Rosa Chaib, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) comentou, durante entrevista à TV Antena 10, a prisão em flagrante de um homem suspeito de abusar sexualmente a enteada por anos em Teresina. De acordo com Chaib, o suspeito está sendo investigado por dois crimes diferentes.
Em sua fala, a delegada explica a cronologia da situação. Ela diz que ainda quando era mais jovem, a vítima, que possui deficiência intelectual e hoje tem 22 anos, já havia denunciado os casos de abuso à mãe. Após essas denúncias, as duas se mudaram para outro estado, mas não registraram nenhum boletim de ocorrência.
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Anos depois, o suspeito preso teria entrado em contato convidando a jovem para retornar à Teresina, e a mãe dela acabou aceitando o convite pelo fato da vítima não gostar do novo padrasto, com quem vivia junto da mãe, no estado do Ceará. Quando retornou os abusos continuaram. O caso foi levado à delegacia somente este ano, pelo pai da vítima, após ela ter denunciado a prática criminosa à madrasta.
"A vítima compareceu ontem na Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente e Vítima, por ocasião de um depoimento em um suposto estupro de vulnerável em que ela é a suposta vítima. Ela chegou relatando supostos abusos entre 9 e 10 anos de idade quando a mãe casou com esse suposto autor. Assim que iniciou a vida conjugal, ele começou as investidas e foi evoluindo. Ela chegou a relatar que quando ela virou mocinha ele começou a levá-la a motel e posteriormente ela chegou a relatar para a mãe que logo após teria se divorciado e mudado de estado. Então ela muda de estado com a mãe, só que ele volta atrás dela e manda o dinheiro da passagem e a mãe manda ela de volta para Teresina onde ela passou a morar conjugalmente com esse suposto autor. E ela nos revela que estaria lá por contra a vontade dela. E aí foi a ocasião do flagrante porque ele estava também em Delegacia com ela", detalhou a delegada.
Ainda de acordo com as informações repassadas na entrevista, a prisão em flagrante aconteceu após uma nova denúncia feita pela vítima. Ela alega que segue sendo abusada até hoje, situação que caracteriza crime de estupro. Com isso, o suspeito passa a ser investigado por dois crimes, sendo eles: estupro de vulnerável e estupro. "Ela relatou que ele continuava, antes era só estupro de vulnerável e agora estupro de vítima", explicou.
Chaib afirmou ainda que a vítima é portadora de deficiência intelectual, o que chama ainda mais atenção para o caso. "O que mais causou perplexidade foi a extrema vulnerabilidade porque ela tem uma deficiência intelectual, inclusive ele no interrogatório, ele informa que por diversas vezes foi com a mãe dela levá-la ao médico. Inclusive ela fala que tomava remédio controlado e que tinha deixado de tomar por vontade própria", continuou.
A mãe da vítima, que já sabia do abuso, deve ser interrogada pela polícia e somente após isso poderá ser ou não associada ao crime. Devido a grande vulnerabilidade, a vítima foi encaminhada até à Casa da Mulher Brasileira, para posteriormente ser alocada em algum abrigo, visto que teria outro lugar para morar.