Lula diz que Dilma merece pedido de desculpas após arquivamento de ação por ‘pedaladas fiscais’

No Piauí, presidente comentou decisão do TRF-1 que arquivou ação e citou que Dilma não cometeu nenhum crime

(Atualizada às 13h13)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou nesta quinta-feira (31), durante agenda no Piauí, que Dilma Rousseff merece um ‘pedido de desculpas’ após o Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região ter arquivado uma ação de improbidade contra a ex-presidente sobre o caso das "pedaladas fiscais"; as acusações foram a base do processo de impeachment da petista em 2016. 

Lula cobrou explicações e citou que a ex-presidente sofreu no processo. Segundo o chefe do executivo federal, a 'mentira' da suposta pedalada fiscal destruiu parte do Brasil e manchou a imagem de Dilma. 

“Obviamente que ela não pode querer voltar para o governo, porque eu não vou sair para ela entrar. Ela vai ter que esperar. Mas eu acho que algum pedido de desculpas, em algum momento, alguém tem que fazer. Não é possível que você invente uma mentira, derrube a presidente, destrua parte do Brasil, e depois a Justiça diga que aquele crime não existiu e ninguém pede desculpas. Fica uma coisa muito sem explicação para a sociedade, além da destruição da imagem das pessoas durante vários anos”, disse Lula durante discurso em Teresina. 

No Piauí, Lula diz que Dilma merece pedido de desculpas após arquivamento de ação por ‘pedaladas fiscais’ Reprodução

   

No último dia 21 de agosto, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) confirmou a retirada da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e do ex-ministro da Fazendo Guido Mantega de uma ação de improbidade administrativa sobre as "pedaladas fiscais" — apelido dado a manobras contábeis feitas pelo governo federal para cumprir metas fiscais — no mandato da petista.

No julgamento, a 10ª Turma do TRF-1 rejeitou o recurso dos procuradores. Os desembargadores entenderam que presidente da República e ministros de Estado são incluídos na lei sobre crimes de responsabilidade, não na de improbidade administrativa — que se aplica aos demais agentes públicos.

A Justiça Federal avaliou que Dilma já tinha sido julgada pelo Senado em 2016, quando sofreu impeachment. Em agosto daquele ano, os senadores condenaram a então presidente, por 61 votos a 20, por crime de responsabilidade devido às "pedaladas fiscais".