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Os advogados de Maria Vitória Silva de Sousa Lima (DJ Latina Gold) e Domingos da Silva Ferreira (DJ Loboox), alvos da Operação Jogo Sujo 3, concederam entrevista à TV Antena 10, na manhã desta sexta-feira (26), e deram detalhes a respeito da forma com que os investigados usavam as plataformas de jogos de azar. Segundo a defesa, os materiais apreendidos foram todos frutos dos trabalhos dos influenciadores, e os valores movimentados, apresentados pela polícia, seriam uma especulação.
Em entrevista à TV Antena 10 (assista aqui), os advogados esclareceram que os dois influenciadores atuavam apenas como jogadores e divulgavam valores reais conquistados por meio de apostas. Eles negaram a versão apresentada pela polícia de que os DJs utilizavam contas demo. Além disso, destacaram que o DJ Loboox não faz divulgação de plataformas há cerca de um ano.
"Assim, ela não participava de contas demo. Toda a questão de jogos que ela realizava era gerado pelos lucros que ela ganhava da plataforma e ela automaticamente depositava novamente e jogava", disse a defesa.
A defesa ressaltou ainda que, neste primeiro momento, o caso está apenas em fase de investigação e que, até o momento, não existem provas suficientes que confirmem a suposta movimentação de R$ 14 milhões, conforme divulgado pela polícia.
"Falam em quatorze milhões, não se encontraram quatorze milhões, não tem quatorze milhões, não existe quatorze milhões. As contas dela estão bloqueadas, se tiver muito, mais um pouco, quarenta mil reais, entendeu? Então isso é especulação, isso são coisas que estão dentro da investigação, vai ser apurado, vai ser comprovado que esses valores não são existentes. A gente ainda não tem essa propriedade de certeza da questão da quantidade, do montante ao público. É certo que quando se trata de questões de jogos, a pessoa deposita certo valor, ganha um determinado lucro, acaba depositando esse lucro e jogando novamente", disse.
Vida de luxo, acessórios caros e viagens internacionais
Na investigação, a polícia apurou que o casal fazia viagens internacionais e ostentava uma vida de luxo e diz que isso era possível graças à prática da divulgação dos jogos. A defesa, no entanto, disse que a vida luxuosa é fruto do trabalho dos influenciadores e afirmou que Maria Vitória, a DJ Latina, já trabalhava como influencer antes das plataformas ganharem visibilidade.
"Maria Vitória, ela trabalha desde muito nova. Antes mesmo dessa divulgação de jogos, ela já havia um trabalho de divulgação de outras empresas dentro da nossa capital. Ela sempre fez esse papel de publicitária, publicava questões de lojas e ganhava dinheiro já com essas publicidades. Então assim, a Maria Vitória já vem com a caminhada como digital influencer nas questões de publicidade", detalhou.
Maria Vitória, além de DJ e influenciadora, é proprietária de uma loja. A defesa garante que a loja está regulamentada e que não há nenhuma irregularidade. "A questão da loja dela é da mesma forma. É regulamentada, ela está com todas as contribuições tributárias dela em dias. Então assim, tudo dela é legalizado. Então não tem como chegar nesse momento a atribuir tal fato de que ela usava a empresa como lavagem de dinheiro", relatou.

Ainda durante entrevista à TV Antena 10 e ao A10+, a defesa alegou que os veículos apreendidos também foram comprados com dinheiro dos trabalhados dos dois investigados. "É fruto do lucro dos dois, trabalhando na loja e mais dela como influência. A moto BMW, ela comprou, é dela, tem outro veículo também que foi apreendido. Esse veículo é financiado, ela deu uma pequena entrada, financiou o veículo, inclusive o financiamento nem o nome dela é. É o nome de um amigo dele que cedeu o nome para financiar, que é a SW4. E tem um outro veículo que está preso que é do Domingos, também foi adquirido com o trabalho dele", concluiu.
Pedido de revogação
A defesa do casal disse que vai pedir revogação das prisões, mas que também vai contribuir com a Justiça em todos os trâmites necessários.
"A gente vai pedir a questão da revogação. Mas nesse primeiro momento, como ela se encontra em audiência de custódia, ela vai passar por um juízo de garantias. Então assim, ele só vai analisar a questão da legalidade do cumprimento da prisão. Posteriormente à audiência de custódia, vai se apresentar todas as documentações, vai ser feito um pedido de liberdade e que isso possa ser analisado de uma forma mais justa e perfeita", informou.
Influência e culpabilidade
Questionados sobre as vítimas que alegam ter perdidos valores com as apostas feitas através das plataformas, os advogados disseram que não é possível atribuir toda culpa aos influenciadores, e que cada pessoa que se propõe a apostar deve estar ciente das responsabilidades e consequências.

"A gente não pode simplesmente atribuir total culpabilidade a questões dos influências. Não é porque eles exercem um papel de influência que o influenciador só vai influenciar a fazer determinadas coisas, não. A gente está diante de uma questão pessoal de cada pessoa. Cada pessoa tem que ter a questão da razoabilidade e pensar se isso realmente vale a pena, você está abrindo mão de seu patrimônio para estar colocando em jogos que muitas vezes não é nem do influenciador, ele não é nem dono de plataforma de jogo. Ele simplesmente só faz um papel de divulgar e muitas vezes esse papel que ele faz de divulgar é através de contratos", detalharam os advogados.
Dispostos a colaborar com Justiça
Por fim a defesa diz que o casal está disposto a colaborar com as investigações e esclarecer todos os detalhes para comprovar inocência.
"Os dois estão bem abertos à questão de dialogar com as autoridades. Não tem nenhum problema de externar sua vida pessoal para as autoridades e demonstrar questões de jogos que eles jogavam, a questão de lucros que eles auferiam e também a questão do que eles já perderam durante esse período", finalizou.
Operação Jogo Sujo 3
A Polícia Civil do Piauí deflagrou, nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira (25), mais uma etapa da Operação Jogo Sujo para combater jogos de azar promovidos por influenciadores. Na ação, os agentes cumpriram 8 mandados judiciais em Teresina.
Divulgação
Os influenciadores investigados na operação utilizavam as chamadas "contas demos" para simular ganhos fictícios, induzindo assim, de forma enganosa, os seguidores ao esquema fraudulento. Os alvos da operação fazem parte de estruturas criminosas especializadas, que utilizavam estratégias de marketing digital para propagar os jogos ilícitos e movimentar valores de origem duvidosa. O A10+ apurou que entre os alvos da operação está um casal de influenciadores conhecido nas redes sociais como Dj Latina e Dj Loboox.
Fonte: Portal A10+