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O Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) indiciou seis suspeitos de envolvimento em ameaças e na elaboração de planos contra diversas autoridades policiais, incluindo o delegado Charles Pessoa. Os acusados seriam integrantes de um núcleo ligado à facção criminosa Comando Vermelho (CV).
Em entrevista à TV Antena 10, o delegado Julio Castro, do Draco, explicou que os suspeitos foram detidos durante uma operação emergencial, já que o grupo avançava nas ações para concretizar as ameaças. O delegado Charles Pessoa era o principal alvo, por ser considerado uma figura central no enfrentamento às facções no estado.
Divulgação
“Essa Operação ocorreu no dia 27 de abril deste ano. Foi uma ação de urgência, porque os criminosos já estavam em uma ação de planejamento. Foram detidas várias pessoas que já estavam com armas para executar esse plano contra as autoridades. Umas das principais que eles estavam monitorando era o delegado Charles Pessoa, por ser um ícone ao combate às facções no estado”, disse.
O delegado detalhou que o núcleo iniciou o planejamento de execução das autoridades policiais em retaliação à morte de Gabriel, filho de Regim, líder do Comando Vermelho na região norte da capital. As ordem teriam sido dadas por Regim da prisão.
“Essas pessoas que estão sendo indiciadas continuam presas […] Está sendo investigada essa ação que são os "Salves", que são as ordens que os criminosos dão para os grupos da parte externa para a execução. Esse salve vem das unidades prisionais direto para as facções que estão do lado de fora”, contou.
Os indiciados teriam sido também orientados a incendiar ônibus e "tocar o terror" na capital como represália, além de executarem um plano para matar as autoridades. A investigação também apontou que alguns dos presos na operação já estavam monitorando os endereços dos delegados e outros estavam encarregados das armas.
“Alguns já estavam monitorando os endereços e outros estavam recrutando as armas, tanto que algumas foram apreendidas no dia da operação. […] Além deles atentaram contra a vida dessas autoridades, outra ordem também era dada: de incendiar ônibus na capital”, destacou
O inquérito foi enviado ao Poder Judiciário para dar continuidade ao processo.
Morte de herdeiro do crime motivou ataques
A morte de Gabriel durante um confronto com a Polícia Militar do Piauí na madrugada do dia 25 de abril desencadeou a série de ameaças e o planejamento de um plano de execução à autoridades policiais. Gabriel estava em um carro, que seria abordado pela PM na Santa Maria da Codipi por estar em atitude suspeita. Entretanto ele não respeitou a ordem de parada e fugiu, disparando contra os agentes.
Gabriel era uma espécie de herdeiro do tráfico de drogas. O pai dele, Reginaldo José de Oliveira Souza, mais conhecido na região como “Regim”, pertencia a facção Bonde dos 40, mas após uma série de conflitos saiu do grupo e estava atualmente na liderança do Comando Vermelho, uma outra facção que tentava se estabelecer na capital. Gabriel, um primo, o cunhado e o pai dele já foram alvos de uma operação do Draco ano passado para desarticular o tráfico de drogas da região. Na época da prisão, o caso foi amplamente divulgado na mídia como "A Família do Crime".
Fonte: Portal A10+