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“Ele tinha vários sonhos”. A fala é da diarista Maria Albetiza Silva, avó de David Cauã da Silva Costa, de 12 anos, que morreu após ser atropelado por um trator em aterro sanitário de Teresina, no último sábado (21). O caso causou grande comoção na cidade e está sendo investigado pela Polícia Civil através de um inquérito policial.
Em entrevista à TV Antena 10, Maria Albetiza explicou que desde cedo o jovem apresentava vontade de trabalhar para ajudar a família. Em contrapartida, a mãe sempre incentivava os estudos. David Cauã da Silva tinha o sonho de ser policial.
"Ele tinha vários sonhos e um deles era uma bicicleta motorizada, isso ele falava constante e a gente pedia para ele ter paciência. O segundo sonho era que ele pedia uma garotinha para namorar, só que eles... era aquele namoro inocente de criança. E a mãe dele perguntou, quando que você vai trazer ela para vir aqui em casa, me conhecer? Ele disse, quando tiver um sofá, mãe, para ela sentar, porque aqui em casa eu não vou sentar com ela no chão. Então eu vou trabalhar e eu vou ajeitar aqui para a senhora e eu vou ajudar a senhora. Só que ela disse: ‘David, eu quero que você estude, eu não quero que você tenha a mesma vida que eu tenho. Porque eu não estudei, David, mas hoje eu quero que você estude’. Ela sempre disse isso para ele, que ela queria ele estudando", disse a avó.
A TV Antena 10 apurou que a criança estava no local e acabou dormindo, quando foi atingida pelo trator, que estava recolhendo o material para reciclagem. O condutor não teria visto a criança, que estava perto do lixo e coberta com um papelão. A vítima teve morte imediata. Maria Albetiza declara que não culpa o local e nem o condutor do trator.
“Então eu não culpo aqui o local onde ele foi encontrado sem vida, eu não culpo as pessoas que estavam lá, eu não culpo o motorista porque eu sei que ele não é culpado e ele deve estar sofrendo tanto quanto nós porque ele conhece toda a família também. Jamais ele ia fazer uma coisa dessa intenção na mente, ele não ia, jamais. E as pessoas que às vezes perguntam como que ele entrou lá, que é a pergunta que não quer calar, que muita gente pergunta como que ele entrou lá, da forma que eu acabei de dizer. Criança eles cegam as pessoas, eles acham uma falhazinha ali, uma oportunidade, e eles vão. Não é questão de ter tido uma permissão do lado do local lá, nem do lado da família não, não foi uma permissão. Foi uma insistência dele de querer trabalhar. Essa foi a verdade que até onde eu orava. Eu acompanhei foi dessa forma e eu conheço ele porque ele morou comigo desde a hora que nasceu ele só tá com a mãe dele há três anos”, explicou.
Saiba como ajudar
A família iniciou uma campanha para ajudar nas despesas do velório e sepultamento. O Pix para doações é: 86988924954, em nome de Maria Albetiza Silva dos Santos, que afirma que é de catar lixo que a mãe do seu neto tira seu sustento e que vai precisar de ajuda psicológica.
"Minha filha, se ela tem os filhinhos dela daquele jeito, é de lá que ela tirava o sustento dela. Era de lá. Era naquela situação, era. Mas se não quer que fique naquela situação, por que não dão uma situação de emprego melhor para eles? Ele estava com a lanterna, segundo a gente ficou sabendo, aí estava trabalhando com essa lanterna, a lanterna descarregou. Quando a lanterna descarregou, ele disse que ia dormir um pouco, que depois ia continuar, mas ia ficar vigiando o material dele, e ele morreu com o material dele do lado", lamentou.
Fonte: Portal A10+