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“Graves problemas”. Assim classificou o Presidente da CPI da Dívida na Câmara Municipal de Teresina após a oitiva de técnicos em avaliação de terrenos adquiridos pela Prefeitura entre 2021 e 2024. Na manhã desta quarta-feira (08) foram ouvidos o Gerente de Patrimônio Imobiliário e um engenheiro especializado na área. Para o vereador Edilberto “Dudu” Borges (PT), os servidores trabalhavam "no escuro. Fiquei estarrecido com os depoimentos”, afirmou.
O primeiro a falar foi o engenheiro José Alberto, 12 anos servidor da Prefeitura de Teresina. De acordo com ele, avaliou apenas um terreno de mais de 50.000 m² na região do São Pedro, desapropriados mais de 30.000 m² na Avenida Maranhão para obras de drenagem. Benedito Machado, o Fortaleza, Gerente de Patrimônio Imobiliário Municipal, confirmou que grande parte das avaliações foi realizada pelo seu setor, mas o terreno adquirido por mais de R$ 16 milhões para construção do Hospital da Mulher foi contratada uma empresa.

“O que posso dizer é sobre a técnica utilizada na avaliação. Em relação a pagamento não participei desse procedimento, que foi conduzido, acredito, pela Secretaria de Planejamento. O valor avaliado foi em torno de R$ 11 milhões, usando método recomendado pela norma brasileira, auferindo seu valor real de mercado”, explica o engenheiro.
“A Prefeitura deve ter ido buscar (empresa privada) talvez pela brevidade no serviço, na avaliação. Porque a minha gerência é pequena e talvez não disponha de muito tempo para fazer tudo na cidade. Quanto ao valor, sou técnico para dizer que está dentro do real. Poderia até ser mais caro. A empresa, se não estou enganado, foi a Teresina Engenharia”, afirmou Benedito Machado.
Mas, o Presidente da CPI disse ao final que haverá desdobramentos, confirmando ainda que foi aprovada a convocação do ex-Prefeito Dr. Pessoa (PRD) para dar explicações. Sobre a parte técnica levada à oitiva, Dudu afirma que tudo é muito estranho e que foi muito dinheiro usado para compra de terrenos em Teresina.
“Estamos falando de R$ 85 milhões só de aquisição de terrenos, que alguns comprados para fazer cemitérios, que estão servindo só para enterrar dinheiro do povo de Teresina. Como é que alguém tem uma área de 5 hectares, já ocupada por famílias, onde ninguém reivindicou nada e a Prefeitura vai lá, se interessa em fazer a avaliação e pagar? Se tem essas terras que já existe ocupação o normal e decretar interesse social ou até expropriar. Mas, não. A Prefeitura tinha uma vontade de pagar terras. E aqui, dito pelos técnicos, na minha opinião, avaliaram simplesmente porque alguém delegou a esta função sem indicar uma portaria, uma ato administrativo. Muito frágil. Vai carecer de esclarecimento mais profundo. Quando ao terreno onde seria construído o Hospital da Mulher, não vou me antecipar para não fazer alarde. Mas, essa de R$ 16.5 milhões parece outra questão. No momento oportuno vou me relatar sobre ela”, disse o parlamentar.
Fonte: Portal A10+