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O Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação (SEEACEP) notificou oficialmente a Ibero Soluções sobre uma paralisação de 48 horas a partir das 5h30 do dia 15 de dezembro. A medida drástica decorre do atraso recorrente no pagamento do vale-alimentação, benefício essencial para a subsistência dos trabalhadores.

A empresa, sediada em Teresina, já enfrenta investigações do Ministério Público do Piauí por irregularidades trabalhistas. Em Floriano, município a 240 km da capital, a Ibero é alvo de um inquérito aberto em junho de 2025 pelo promotor Edgar dos Santos Bandeira Filho, que apura desvios em contratos de limpeza pública e suposta sonegação de direitos. Em novembro, o Prefeito Sílvio Mendes (UB) já havia confirmado que iria substituir a empresa por falhas sucessivas na coleta de lixo na região que está habilitada para atuar por licitação simplificada. No entanto, ainda não foi afastada e os problemas persistem.

Histórico problemático

• Contratos públicos sob suspeita: A Ibero atuou em Floriano, onde o MPPI apura possíveis irregularidades em um contrato de R$ 721 mil, firmado com a Prefeitura local, administrada por Antônio Reis, para serviços de limpeza urbana e combate à dengue.
•  Em 2021, durante a gestão do então prefeito Joel Rodrigues, a Ibero Lusitana venceu licitação milionária em Floriano, avaliada em mais de R$ 7,2 milhões, para limpeza urbana.
• Impacto psicológico: Funcionários relatam ansiedade e estresse financeiro, com casos de trabalhadores reduzindo refeições diárias para compensar a falta do benefício alimentar.

O presidente do SEEACEP, Jonatas Miranda, alerta que a paralisação afetará serviços críticos em hospitais e prédios públicos de Teresina. "São R$ 398 mensais por trabalhador retidos há 45 dias. Esse valor representa 30% da alimentação básica de uma família. São 200 trabalhadores prejudicados e esta já é a terceira vez que atrasa. A Prefeitura está em dias com a empresa. O problema é que eles não tem estrutura mesmo", destaca.

A empresa tem até esta segunda-feira (15) para regularizar os pagamentos. Caso contrário, o sindicato ameaça ampliar as paralisações para outras cidades onde a Ibero opera, potencialmente afetando 1.200 trabalhadores em todo o estado. A crise reflete um padrão de gestão: em outubro de 2025, o MPPI já investigava contratos milionários da prefeitura de Floriano com empresas terceirizadas, incluindo indícios de superfaturamento em serviços de conservação. A Ibero não se manifestou sobre as acusações até o fechamento desta reportagem.

Clique aqui e veja o documento enviado pela empresa. 

Veja nota da Eturb sobre o caso

A ETURB – Entidade Autárquica Teresinense de Desenvolvimento Urbano informa que não há qualquer débito da Prefeitura Municipal de Teresina com a empresa responsável pela coleta domiciliar  das zonas Sul e Sudeste da capital, a Ibero Lusitana.

Esclarece ainda que tomou conhecimento da paralisação anunciada para esta segunda-feira apenas por meio de nota divulgada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Limpeza Pública. Ressalta-se que a paralisação não decorre de inadimplência do Município, mas do fato de que a empresa não vem repassando aos trabalhadores os tíquetes e as horas extras referentes aos serviços realizados.

Diante da situação, a ETURB informa que adotará todas as providências administrativas e legais cabíveis contra a empresa Ibero Lusitana, visando assegurar o cumprimento do contrato e a garantia dos direitos dos trabalhadores.