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(Atualizada às 18h28)

Cobradores, motoristas do transporte coletivo e estudantes realizaram um ato na tarde desta quinta-feira (16), na praça do Fripisa, Centro de Teresina, para reivindicar o pagamento dos salários atrasados dos trabalhadores do transporte e o direito à mobilidade urbana na capital. (Veja ao final desta reportagem o que diz a prefeitura acerca do caso). 

Ao A10+, o presidente do Sintetro, Antônio Cardoso, disse que a categoria luta tanto pelo pagamento dos salários, como pela assinatura da Convenção Coletiva para garantir que os direitos dos trabalhadores sejam respeitados. Mais cedo, o TRT-PI determinou que o Setut pague os salários dos motoristas em até 24 horas.

"Sem convenção assinada eles vão continuar fazendo isso todos os meses. É só a gente lembrar de dezembro quando acabou a convenção. Janeiro, fevereiro e agora nós já estamos em março e todo mês é isso, adoecendo a categoria, a gente tem que estar indo recorrer ao Ministério Público do Trabalho pra estar tentando fazer acordo e pegar dinheiro da prefeitura quando na realidade a gente não tem nenhum benefício e esse benefício diretamente é para os empresários. Nós queremos respeito, mas dessa forma aí não dá pra continuar", disse o sindicalista.

Cardoso comentou a decisão do TRT-PI que determinou que as empresas responsáveis pelo transporte público efetuem, em até 24 horas, o pagamento do salário referente ao mês de fevereiro aos motoristas e cobradores.

O sindicalista reforçou que mesmo que o pagamento seja realizado o movimento grevista vai continuar em Teresina. Cardoso também enfatizou que não vai negociar com o Setut e classificou o movimento como importante para 'se desfazer desse mal, desse câncer que é o Setut'.

"Começamos essa negociação [Da Convenção Coletiva] em novembro. A gente foi ignorado pelo Setut, por isso que a gente descarta negociação com eles enquanto tiver o Marcelino [presidente] lá. Se eles vierem apresentar alguma proposta decente, nós estamos querendo negociar com qualquer empresa dessas que atuam em Teresina, só não com o SETUT, porque em novembro eles não responderam a gente, fizemos duas mesas de negociações pelo MTE, uma pelo Ministério Público e outra pelo TRT. E só quem cede é a categoria. A gente não aguenta mais esse sofrimento. A gente quer se desfazer desse mal, desse câncer que é o Setut", declarou.

O movimento também teceu críticas ao prefeito Dr. Pessoa. O presidente do Sintetro relatou que a categoria tentou inúmeras vezes dialogar com ele, mas foi ignorada. 

"Ele [prefeito] ignora a gente. Tem um secretário chamado Michel Saldanha, antes de ser secretário ele era advogado e até conversava com a gente, agora ele está em um pedestal muito alto, nós somos praticamente nada pra ele, porque ele é o secretário direto do prefeito pra estar negociando essas questões. Já que ele disse que a STRANS não tem essa prerrogativa de estar resolvendo mais problema no transporte. Eu acho estranho porque normalmente é a Strans que negocia com as empresas e através da gente", finalizou.

O que diz a prefeitura?

Em nota, a Prefeitura de Teresina, por meio da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans), informou ao A10+ que fará o repasse de R$ 1,5 milhão para as empresas de ônibus que operam o sistema do transporte público na tentativa de encerrar a greve dos trabalhadores.

Veja abaixo a nota na íntegra:

A Prefeitura de Teresina, por meio da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans), fará o repasse de R$ 1,5 milhão para as empresas de ônibus que operam o sistema do transporte público para o pagamento de salário e benefícios dos motoristas e cobradores do transporte público da capital e assim acabar com a greve.

O recurso do aporte financeiro da Prefeitura vai ajudar as empresas a realizarem o pagamento dos salários dos trabalhadores do transporte público e encerrar o movimento paredista.

A Strans fará o repasse de R$ 1,5 milhão e as negociações entre a Prefeitura e os consórcios que operam o sistema de transporte público na Capital continuarão, para melhoria da qualidade e melhor prestação do serviço ofertado aos usuários do transporte público.

Os trabalhadores não aceitaram a proposta apresentada pelo Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut), durante audiência realizada no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), quando foi proposto um reajuste de 6% nos salários, além de 20% no auxílio alimentação e 33% no auxílio saúde.

Fonte: Portal A10+