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A Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) inaugurou a primeira de dez estações agrometeorológicas que irão revolucionar a monitoramento climático no estado. A instalação aconteceu no município de Arraial, localizado a 218 km ao sul de Teresina, uma das regiões mais afetadas pela seca.
Pesquisas recentes indicam que áreas antes classificadas como subúmidas estão migrando para a categoria semiárida. No Piauí, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) identificou a redução das zonas subúmidas e o avanço da semiárida ao comparar os períodos de 1960 a 1990 e de 1990 a 2020. O monitoramento da seca revela uma situação ainda mais alarmante: a região sudeste enfrenta quatro meses consecutivos de seca extrema.

Ascom Semarh
“Estamos ampliando nossa capacidade de compreender as mudanças climáticas no Piauí. Esses dados serão fundamentais para orientar políticas públicas mais eficazes e proteger as comunidades que vivem nas áreas mais vulneráveis”, afirmou o secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Feliphe Araújo.
Durante a instalação, Pedro Aderaldo, climatologista da Sala de Monitoramento Climático da Semarh, destacou a importância da estação. “Estamos inaugurando um novo patamar de precisão no monitoramento climático do estado”, afirmou o especialista, ressaltando que o sudeste do Piauí é historicamente uma região mais seca, com baixos índices pluviométricos e terreno cristalino no alto curso do Rio Canindé, o que limita a capacidade de armazenamento de água nos aquíferos.
As dez primeiras estações foram estrategicamente distribuídas em municípios dessa bacia, incluindo Arraial, Picos, Pio IX, Vera Mendes, Paes Landim, Canto do Buriti, São João do Piauí, São Raimundo Nonato, Lagoa do Barro do Piauí e Betânia do Piauí.
As novas estações vão muito além da medição de chuva. Elas registram radiação, temperatura, vento, pressão atmosférica, umidade e temperatura do solo, um conjunto de dados essencial para compreender a velocidade das mudanças climáticas e planejar a convivência com a seca.
Com essa rede inicial e a expansão prevista para outras regiões do estado, o Piauí começa a preencher lacunas históricas de informação, construindo políticas públicas mais sólidas, fundamentadas em ciência e monitoramento contínuo.
Fonte: Governo do Estado do Piauí