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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou nesta segunda-feira (11) que a reunião virtual que ele tinha marcado com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, foi cancelada. A informação foi confirmada ao R7 pela assessoria do ministro.
O encontro seria nesta quarta-feira (13) e era avaliado como estratégico para a redução das tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre os produtos brasileiros.

A reunião havia sido confirmada por Haddad na semana passada. Na ocasião, o ministro disse que havia recebido um e-mail oficializando o interesse dos americanos.
“Vai ser uma reunião remota, e pode virar uma reunião de trabalho presencial, dependendo da qualidade da conversa. O objetivo é buscar um entendimento e tentar reabrir o diálogo com os Estados Unidos”, disse o ministro na ocasião.
Sem o encontro, outra via de diálogo entre Brasil e Estados Unidos foi rompida. As tarifas de 50% começaram a valer na última quarta-feira (6) e para esta semana, o governo federal avalia os impactos da medida nas exportações brasileiras.
Durante a tarde, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve se encontrar com Haddad e o vice-presidente Geraldo Alckmin para discutir os últimos detalhes do plano de contingenciamento. Um dos principais objetivos das medidas que serão anunciadas pelo governo é a manutenção de empregos e redução dos alimentos perecíveis.
Produtos atingidos pela nova tarifa
- Café
Maior exportador global, o Brasil tem nos EUA um de seus principais compradores. Em 2024, os embarques de café somaram quase US$ 2 bilhões, representando 16,7% do total exportado.
- Carne bovina
De acordo com a Abrafrigo, o mercado norte-americano absorveu 16,7% das exportações brasileiras do produto em 2024 — o equivalente a 532 mil toneladas e US$ 1,6 bilhão em receitas. A Minerva projeta queda de até 5% na receita líquida.
- Frutas
O setor frutícola também será afetado. No ano passado, mais de 1 milhão de toneladas foram exportadas.
- Máquinas agrícolas e industriais
O decreto prevê isenções específicas, como peças destinadas à indústria de papel e celulose, além de itens voltados à aviação civil. Máquinas e componentes fora desses segmentos serão taxados integralmente.
- Móveis
Alguns modelos escaparam da taxação, entre eles assentos e estruturas metálicas ou plásticas utilizadas em aeronaves. O restante do setor será atingido pela nova alíquota.
- Têxteis
Não houve uma isenção abrangente. Itens muito específicos, como fio de sisal para enfardamento e materiais aeronáuticos, compõem o grupo excluído.
- Calçados
Todos os calçados brasileiros passaram a estar sujeitos à tarifa de 50%, cenário que tende a agravar a situação de um setor já pressionado pela concorrência global.
Fonte: R7