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O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) concluiu que o avião de pequeno porte que caiu no campo de futebol localizado na zona Norte de Teresina, em junho de 2023, estava com excesso de peso e uma das portas abertas. A aeronave estava com mais pessoas do que era permitido e não conseguiu realizar o devido retorno para o aeródromo.
Conforme o relatório, a aeronave decolou do Aeródromo Senador Petrônio Portela, na capital piauiense, com destino ao Aeródromo Clube Voart em Araguaína, Tocantins, a fim de realizar um voo privado, com um piloto e quatro passageiros a bordo, sendo um deles uma criança de colo com 5 anos de idade. Entretanto, devia operar somente com 4 pessoas.
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“Segundo o fabricante da aeronave e considerando que a aeronave se encontrava praticamente no seu Peso Máximo de Decolagem (PMD), os limites traseiro e dianteiro do CG eram respectivamente 2,260 m e 2,362 m. O CG calculado pela comissão de investigação correspondeu a 2,3627, de modo que ele estava em sua posição limítrofe traseiro”, diz um trecho do documento obtido pelo A10+.
As imagens da decolagem, obtidas a partir de três câmeras de monitoramento do aeródromo Aeródromo de Teresina revelaram que, na decolagem, a trajetória da aeronave apresentou variações de altura e direção após a rotação, seguido de um “afundamento” nas imediações da interseção com o pátio de estacionamento do aeroporto e da recuperação da atitude de subida nas proximidades da cabeceira oposta.
Porta aberta e sobrecarga emocional
Logo depois da decolagem o piloto também solicitou retorno para o Aeródromo e informou que a aeronave se encontrava com a porta aberta. Essa foi a ultima comunicação com a torre de controle, antes da queda. Os analistas do Cenipa também constataram que o estado do avião no momento tenha contribuído para uma sobrecarga emocional no piloto.
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“Assim, não se pode descartar que, além da pressão autoimposta no que se refere à preocupação do PIC com os quatro passageiros a bordo que eram integrantes de sua família, aliada à sua interpretação de que a aeronave poderia estar em pane, tenha gerado uma sobrecarga de estímulos ao ambiente de operação”, consta.
Possível funcionamento anormal da aeronave
Além disso, a luz indicadora de sobrepressão do sistema de admissão do motor acendeu durante a decolagem, a qual pode ter induzido o piloto a acreditar que havia alguma falha no funcionamento do motor da aeronave.
"Nos instantes que antecederam o pouso forçado, o piloto teve pouco tempo, na reta da decolagem, para gerenciar diversos estímulos, tais como o destravamento da porta, o acendimento da luz overbooster e as instruções da torre, podendo ter havido prejuízo na sua capacidade de compreender os estímulos presentes, processá-los e tomar uma decisão assertiva", diz a avaliação.
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A aeronave teve danos substanciais. O piloto e dois passageiros tiveram lesões graves e outros dois passageiros saíram ilesos. Apesar das eventuais falhas, tanto a habilitação do piloto quanto a aeronave estavam com os devidos documento regularizados.
Fonte: Portal A10+