Defesa de Maria dos Aflitos comenta laudo e rebate acusações de Francisco de Assis sobre envenenamento de familiares no Piauí - Geral
ENTREVISTA

Defesa de Maria dos Aflitos comenta laudo e rebate acusações de Francisco de Assis sobre envenenamento de familiares no Piauí

Padrasto apresentou exame que atesta contaminação, mas que, segundo a polícia, não afasta responsabilidade no caso


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A defesa de Maria dos Aflitos, investigada pelo envenenamento de familiares em Parnaíba, litoral do Piauí, rebateu as acusações dos advogados de Francisco de Assis Pereira da Costa. O padrasto afirmou que também teria sido vítima de contaminação apresentando um laudo, que atesta a presença da substância Terbufós no organismo

  

Maria dos Aflitos, durante depoimento
Record/Reprodução

   

À TV Antena 10 e ao A10+, o advogado Márcio Mourão pontuou que o exame, realizado em janeiro de 2025, foi juntado ao processo ainda no início de todo o caso e que seria de conhecimento de todos os envolvidos. A defesa disse que, na verdade, esse laudo reforça que Francisco de Assis teve contato com a substância, que pode causar contaminação de diversas formas, para além da ingestão como também por manuseio, levando a responsabilidade dos envenenamentos para ele.

"Me causa uma certa estranheza porque são fatos já debatidos. Mas ele exerce o papel defensivo, tem que agir dessa forma. No entanto, tenho que esclarecer que essa matéria já foi debatida. Inclusive, os policiais que investigaram a residência, o local do crime, eles também foram contaminados. Esse elemento químico não contamina apenas pela ingestão por via oral ou simples toque, a permanência no local pode ser causadora desse elemento químico no corpo. Então, pelo contrário, a defesa entende que arrasta a acusação para ele, tendo em vista, que ficou provado que ele manuseou o elemento químico causador da morte das vítimas muito próximo dos fatos", destacou.

  

Francisco de Assis da Costa
Reprodução

   

O advogado disse que não acredita na concessão de liberdade a Francisco de Assis. "As provas que foram arguidas, nesse momento, já estavam no processo quando da audiência de instrução e julgamento. E o advogado de defesa do Francisco também pediu, naquela época, a liberdade dele. E foi negada de pronto por manifestação do Ministério Público e pelo juiz. A defesa da Maria dos Aflitos não fez pedido de liberdade, está deixando a coisa fluir. À medida que isso avança, nós temos a consciência e a tranquilidade de que vai ficar provada a verdade dos fatos, e ali, sim, estabelecido uma culpabilidade parcial, que ela possa ser punida, sim, mas na medida da sua culpa", afirmou.

Márcio Mourão relembrou a dinâmica dos fatos e ressaltou que a mulher não teve envolvimento nas primeiras mortes. "A gente tem a consciência tranquila de que a Maria dos Afitos não tem nenhuma participação nos dois primeiros eventos. E o Ministério Público concorda, mas entende que ela agiu por omissão, que ela saberia das ações de Francisco e não fez nada para impedir. A defesa contesta isso porque não tinha como ela saber disso. Na primeira morte, em agosto, ela acreditava que a vizinha, a Lucélia, teria participação. Quando no desenrolar do processo, a polícia avançando nas investigações e houve o grupo de mortes no Réveillon, então ela passa a desconfiar de Francisco. Quando ele vai preso, ela passa a questionar a Maria Jocilene sobre esses fatos, eles tinham essa relação. No terceiro evento, ela sim tem a confissão da Jocilene que teria participação, que a Maria Jocilene teria dito a ela onde estaria o veneno. E aí sim, ela é acusada da morte da Maria Jocilene. Ela confessou, mas essa matéria está sendo debatida processualmente, a validade dessa confissão", afirmou.

Situação atual de Maria dos Aflitos

O advogado afirmou que a matriarca permanece presa, em Parnaíba, e que recebe a visita de familiares que acreditam em sua inocência. "Eles sabem que ela não participou disso, acreditam na inocência dela, dão apoio, tanto material como psicológico. Ela está bem, está no presídio de Parnaíba, está sendo bem assistida. É um presídio que hoje tem uma qualidade de segurança muito grande. Então, nós estamos muito tranquilos em relação a isso, estamos deixando a coisa fluir, e acreditamos na justiça, sim", concluiu.

  

Matriarca foi presa pela polícia em Parnaíba
TV Antena 10

   

"Conjunto probatório é robusto e incriminador", diz delegado

Em entrevista ao A10+ e TV Antena 10, o delegado Abimael Silva afirmou que  avalia com naturalidade o posicionamento da defesa de Francisco de Assis, mas destaca o trabalho policial de investigação.

"É um direito da defesa argumentar as situações que levem o acusado a inocência, é normal. Quanto a alegação que isso foi omitido, não é verdade, esse laudo se encontra lá desde a fase investigativa. Foi um laudo produzido pela Polícia Civil. Nós já tínhamos conhecimento desse laudo, que não afasta a responsabilidade do Francisco. A substância tem várias maneiras de contaminação, pode ser por via aérea, oral e cutânea. Todas as vítimas fizeram ingestão oral, todas as vítimas tiveram reação em 30 a 40 minutos, inclusive vindo a óbito muito rápido. O Francisco de Assis não apresentou sintomas ao mesmo tempo", afirmou.

O delegado comentou sobre o fato de apenas agora os advogados do padrasto usarem esse argumento. "O conjunto probatório é robusto e incriminador. O que vejo agora é que um começou a acusar o outro, é normal, nada que seja uma reviravolta. Todo tempo a finalidade era um defender o outro. Poderia ter argumentado isso desde o início, que teria sido vítima. Eu acredito que vão ser levados a júri", finalizou.

Matriarca e padrasto agiram juntos

O caso de homicídios em série por envenenamento de membros de uma mesma família, em Parnaíba, no litoral do Piauí, chocou todo o Brasil. Foram oito mortes, em cinco meses, que segundo as investigações, premeditadas por duas pessoas: a matriarca e o padrasto das vítimas, que encontram-se presos. As informações são do delegado Abimael Silva em entrevista ao Domingo Espetacular, da RECORD.

  

Vítimas de envenenamento em Parnaíba, litoral do Piauí
TV ANTENA 10/ A10+

   

No processo repleto de nuances e reviravoltas, um novo fato se destacou:  a morte de Maria Jocilene da Silva, 41 anos, que mantinha um relacionamento extraconjugal com dona Maria dos Aflitos. Segundo o delegado Abimael Silva, a idosa relatou em interrogatório que tinha a intenção de que a culpa sobre todos os casos fosse direcionada para a última vítima, o que livraria Francisco de Assis da prisão.

Primeiro caso seria um ensaio para a série de mortes; veneno estava no suco das crianças

Ainda de acordo com o delegado, o óbito das duas primeiras crianças, Ulisses Gabriel da Silva, de 8 anos, e João Miguel da Silva, de 7 anos, foi uma espécie de ensaio sobre se daria certo eles colocarem em prática as mortes por envenenamento. Eles teriam aproveitado a doação dos cajus para indicar a Lucélia Maria da Conceição como suposta autora do crime. Ela chegou a ser presa, mas foi solta quando o laudo dos frutos deu negativo para contaminação. Ambos teriam colocado a substância no suco das crianças.

Fonte: Portal A10+


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