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O passar do carro do lixo pelas ruas da cidade, que para muitos é considerado comum, tem um significado único para o pequeno Mathusalem Emmanuel, de 4 anos. Nesta quarta-feira (28) o jovem comemorou seu aniversário junto a garis e policiais militares, no bairro Parque Piauí, zona Sul de Teresina. Mathusalem tem Transtorno do Espectro Autista (TEA) e transtorno desafiador opositor. Com fixação do filho por carros de lixo e carros da polícia, a mãe, Joelany Veloso, conta ao A10+ sobre a realização do sonho do filho e como a ação foi importante para todos da família.
"Desde pequeno ele é muito apaixonado pelo carro do lixo, carro da policia. Quando ele ver, ele fica assim muito agitado, se transforma, fica muito eufórico, não consigo descrever e desde pequeno eu notava algumas coisas diferentes nele. Ficava observando isso. Ele teve atraso na fala, ainda hoje ele fala muito ruim, tivemos o acompanhamento com a fonoaudióloga, psicóloga e terapia ocupacional e agora com psicopedagoga. O aniversário dele foi dia 27 só que o carro do lixo não passa na terça-feira. Ele já tinha pedido um bolo do carro de lixo e da policia, então combinei com os garis, eles aceitaram e o Mathusalem ficou muito feliz. A noite teve o bolo com os amigos da polícia. Ele chama todos eles de amigos", relata a mãe ao A10+.
Após o diagnóstico do filho, a mãe conta que foi iniciado um processo de apoio para que o filho pudesse desenvolver a parte do aprendizado. Ela conta que o filho acabou aprendendo os dias da semana por causa dos dias que o caminhão do lixo passava na rua e agora ela tenta introduzir outros conhecimentos.
"Elas falaram que não pode tirar essa fixação dele agora. Começamos então as brincadeiras. Todos os carros dele, ele fazia que era o carro do lixo, colocava pedaços de papel, sacola ele dizia que era o lixo dele, ele aprendeu os dias da semana por causa do dia que o carro do lixo passa, segunda, quarta e sexta. Tento bastante estimular ele, com as cores para desenvolver o aprendizado dele. Os rapazes do carro conhecem ele já, ele colocou o nome dos bonecos de Adriano, Marcos e motorista, que é o nome dos garis que passam na rua", relata.
Joelany Veloso é estudante e vendedora de trufas, e o marido é segurança. Ela relata que os dois estão tentando cada vez mais estimular e notam a diferença no comportamento do filho quando o mesmo não ver o carro de lixo, chegando a ficar agitado e agressivo.
"Só quem realmente convive com ele sabe as lutas que a gente passa no dia a dia. Para muitos isso pode parecer besteira, ontem foi muito emocionante, não tenho nem palavras para agradecer e a gente via a felicidade dele, no olhar. O pessoal do Rone ligou as sirenes da esquina e na hora ele ouviu falou 'mamãe, estou emocionado'. Eu fiquei sem acreditar no que ele estava falando. Ele abraçou, tirou fotos. O autista esta sendo muito excluido das coisas e isso e uma forma de inclusão, eu quero incluir ele em tudo, quero que ele seja aceito do jeito que ele é", finaliza Joelany Veloso.
Fonte: Portal A10+