Faccionados ameaçam profissional de saúde para não atender rivais em UBS no Piauí, diz promotor - Justiça
AUDIÊNCIA PÚBLICA

Faccionados ameaçam profissional de saúde para não atender rivais em UBS no Piauí, diz promotor

MP-PI realizou audiência pública para debater a segurança pública nas unidades de saúde do Estado


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(Atualizada às 17h)

O Ministério Público do Piauí (MPPI) realizou, nesta segunda-feira (07), uma audiência pública para debater a segurança dentro das Unidades de Saúde para os profissionais e usuários da rede. O promotor Eny Pontes relatou que um profissional de saúde foi ameaçado por uma facção para não atender pacientes ligados a outras organizações criminosas. 

Segundo ele, o profissional não denunciou o caso à polícia por medo. Pontes também destacou a ausência de gestores das entidades responsáveis pela segurança da capital, como a Secretaria de Segurança Pública e dos comandantes das Polícias Militar, Civil e da Guarda Municipal. 

  

Faccionados ameaçam profissional de saúde para não atender rivais em UBS no Piauí, diz promotor
Foto ilustrativa - FMS

   

“É muito grave o que ela contou, inclusive, ela não teve segurança de fazer o registro. Ela só pode atender numa UBS pacientes que não sejam ligados à facção que domina a região, isso é grave, muito grave. A Secretaria de Segurança Pública teria que estar aqui nessa audiência, não só a Polícia Civil, como a Militar e o comandante da Guarda Municipal para se manifestar e apresentar um plano de segurança para que isso não aconteça. É lamentável o que estamos passando”, disse o promotor. 

A audiência ocorreu após bandidos realizarem um tiroteio no Hospital Mariano Castelo Branco, na zona norte de Teresina, para matar um desafeto. Entre outros episódios de violência contra profissionais de saúde, como o que ocorreu com os profissionais do Samu baleados durante um atendimento.

“Não existe segurança interna nas unidades básicas, existe um paliativo, uma medida que não tá dando essa segurança necessária, os casos estão acontecendo. Recentemente, nós tivemos uma equipe do Samu alvejada a tiros na cidade, nós tivemos uma médica agredida dentro de uma unidade, tivemos pacientes agredidos, nós tivemos no hospital da zona Norte a entrada de pessoas atirando contra um paciente, isso é inaceitável. Tem que haver um controle na UBS e na rede hospitalar”, destacou o promotor Eny Pontes. 

A Presidente do Sindicato dos Médicos do Estado do Piauí (Simepi), Lúcia Santos, relatou casos de médicos com medo de exercerem a profissão por conta da violência e ressaltou que os índices, no Piauí, aumentaram na contramão da redução da violência no Brasil. 

“A violência está enorme no Piauí inteiro e a gente já vinha recebendo denúncias. Inclusive tinha médica que chorava copiosamente ao lembrar que ia estar de plantão e ia ter que se botar em risco. Isso foi crescente. O índice que avalia a violência no Brasil, constatou que no Nordeste houve uma redução de 3%, mas no Piauí houve um aumento de 20%”, disse. 

Ela também repudiou os ataques aos profissionais de saúde e as mortes de cidadãos por conta da violência. O Sindicato também cobrou respostas dos órgãos de segurança pública que, segundo ela, não compareceram à audiência.

Medidas tomadas

Segundo o promotor, as providências tomadas inicialmente foram encaminhadas para o Conselho Estadual de Segurança Pública e para as promotorias das polícias encarregadas da segurança da capital. Além disso, ele cobrou a presença do prefeito e do presidente da Fundação Municipal de Saúde nas audiências. 

“É necessário que o presidente da fundação e também o prefeito municipal que é o ordenador de despesas de todo o município, o gestor maior do município de Teresina, esteja presente também nessa discussão. Caso não for possível que mande representantes, mas com poder, não só de escutar e ouvir, mas de transgredir e assumir compromissos”, finalizou. 

Outro lado

Em nota, a Secretaria de Segurança informou que está oficiando o Ministério Público do Piauí (MP-PI) para que seja feita a indicação da profissional de saúde que foi ameaçada por membros de uma organização criminosa, no exercício de sua profissão, em um hospital público de Teresina.

"Reiteramos que a Segurança Pública do Estado do Piauí não se furta de cumprir a missão de enfrentar a criminalidade. Portanto, será iniciada uma investigação e, posteriormente, os culpados serão responsabilizados", disse. 

Fonte: Portal A10+


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