Bombinha, Cawa, e Mata Rindo: saiba quem são os faccionados presos durante operação no Piauí - Polícia
OPERAÇÃO

Bombinha, Cawa, e Mata Rindo: saiba quem são os faccionados presos durante operação no Piauí

Um dos investigados era o fornecedor de armas do PCC e do Bonde dos 40. Foram 26 investigados, sendo 17 já presos


📲 Siga o A10+ no Instagram, Facebook e Twitter.

(Atualizada às 14h27)

‘Bombinha’, ‘Cawa’, ‘Mata Rindo’, ‘Parronca’ e ‘Lobo Mau’. Estes são alguns nomes entre os 17 presos apontados pela polícia, como pilares das facções Bonde dos 40 e PCC em Teresina. Cada um deles desenvolvia um trabalho organizado dentro do submundo do crime e, de forma orquestrada, faziam parte de toda uma cadeia criminosa envolvendo tráfico, roubo e outros crimes. O A10+ mostra agora quem são e de que forma eles agiam na capital piauiense.

Pelo cronograma da Polícia Civil obtido pela reportagem (veja abaixo), o empresário Valdeci da Silva Lima, conhecido como Brizola, é considerado como líder do Bonde dos 40 na capital. Ele já havia sido preso em junho de 2020 e sofreu duas tentativas de homicídio, uma delas dentro de um hospital em agosto de 2022.

  

17 presos durante operação da Polícia Civil do Piauí
divulgação / PC-PI

   

Dentro da estrutura do B40, aparecem mais três nomes como membros: Lobo Mau, Parronca e ‘Leleu’, todos tidos como “disciplina” dentro da facção. Um quarto membro é apontado na organização, tratando-se de Cawa 77. Segundo as investigações, ele é suspeito de fornecer armas tanto para o PCC quanto para o Bonde dos 40, não integrando nenhuma das organizações. 

Já na estrutura do PCC, Bombinha, que tem passagens majoritariamente por tráfico de drogas, é um dos membros da diretoria, ao lado de ‘Mama’, tendo como pilares outros 5 indivíduos ‘disciplinas’. Tratam-se de Mateus (disciplina tráfico), ‘Léo Pezão’ (disciplina tráfico), ‘Nego Fernandu’ (disciplina roubo), Ivan (disciplina tráfico) e ‘Mata Rindo’ (disciplina tráfico).  Outros 9 investigados aparecem abaixo como ‘soldados’, integrantes do PCC. De acordo com o delegado Samuel Silveira, da 3ª Delegacia Seccional de Teresina, os presos respondem em suma por tráfico de drogas, homicídios e roubo. Foram 26 investigados e 17 já se encontram presos.

  

Polícia Civil cumpre mandados contra membros de facção criminosa na zona Norte de Teresina
Divulgação

   

“Todos pelo delito de tráfico de drogas, receptação criminosa, roubo. Um detalhe, dos 17 presos, três deles com uma importância muito forte no mundo do crime. O líder de uma facção de origem no estado do Maranhão, o líder de uma facção de origem no estado de São Paulo e um terceiro que linkava as duas por meio do fornecimento de armas artesanais. Então uma pancada forte na criminalidade", afirma o delegado.  

As prisões ocorreram na manhã de hoje durante a “Operação 25”, deflagrada na região da Santa Maria da Codipi, zona norte de Teresina. Participaram a 3ª Delegacia Seccional de Teresina, de forma integrada com os policiais do DRACO, FEISP, Polícia Militar e Guarda Municipal.

Especialista em Segurança analisa crescimento das facções e de que forma o governo pode combatê-las 

O doutor em Antropologia e especialista em Segurança Pública, Arnaldo Eugênio, conversou com o A10+ sobre o funcionamento das organizações criminosas e como os jovens se inserem nesse contexto. Ele contou que tudo começou como uma forma de proteção dentro dos presídios, mas que o modelo acabou passando para as ruas com outro viés.

“No Brasil, as organizações criminosas surgiram nos presídios, como forma de "proteção" aos presidiários, devido ao abuso de autoridade e negligência com os direitos humanos, fazendo com que grupos de presidiários se reunissem para "lutar" contra as injustiças no cárcere. A partir do momento em que tais grupos passaram a se reunir fora dos presídios, a lógica de "proteção" foi substituída pela conspiração entre pessoas (não necessariamente ex-presidiários), que passaram a se unir com a finalidade de praticar crimes de maneira organizada e hierarquizada”, disse

Eugênio comentou que a maioria dos jovens são atraídos para essas organizações por conta do sentimento de poder e de lucro que elas transparecem em um primeiro momento.

“Muitas pessoas são atraídas pelas facções criminosas através da ilusão de poder e de lucro fácil, estimulando em seus membros a vontade de poder para participarem de disputas por territórios, bem como alimentarem as rivalidades entres membros de outras facções. Estabelecendo uma "guerra de todos contra todos”, explicou.

O especialista explicou que é necessário que o estado atue de forma preventiva, com políticas públicas, para que cada vez menos jovens ingressem em organizações como essas. Ele lembrou ainda que existem diversas camadas em relação às facções e que ela também é composta por pessoas com alto poder aquisitivo e não só de pessoas negligenciadas e à margem da lei, como acredita a maioria das pessoas.

“Onde a ação do Estado deve ser intersetorizada, por um lado com investigação e repressão e, por outro lado, construir e implementar políticas públicas de prevenção, principalmente nas áreas com pessoas mais vulneráveis. Porém, ressalte-se que, as facções não são organizações criminosas formadas, exclusivamente, de pobres. E cada uma tem a sua lógica própria de se organizar e de ação no mercado do crime”, finalizou.

Fonte: Portal A10+ com informações da Polícia Civil


Dê sua opinião:

Fique conectado