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O Ministério Público do Piauí vai recorrer da decisão que absolveu João Paulo Mourão, e da pena aplicada à Maria Nerci, mãe da advogada Izadora Mourão, morta a facadas em fevereiro do ano passado em sua casa na cidade de Pedro II.
O julgamento aconteceu em sessão do Tribunal Popular do Júri realizada nessa quarta-feira (16) no Fórum de Pedro II. A informação foi confirmada pelo promotor de Justiça Márcio Carcará, coordenador do Gaej (Grupo de Apoio aos Promotores de Justiça com Atuação no Tribunal do Júri), que atuou no julgamento.
O MPPI obteve a condenação da mãe a uma pena fixada em 19 anos e 6 meses de prisão, por homicídio triplamente qualificado, mas o conselho de sentença absolveu o irmão.
O promotor considera que a decisão que absolveu João Paulo é contrária à prova dos autos. Em relação à pena de Maria Nerci, ele afirma que está abaixo do esperado. “São três qualificadoras e uma agravante, havendo pelo menos três circunstâncias judiciais, previstas no artigo 59, do CP, que não foram desvaloradas adequadamente, o que elevaria o patamar da pena”, explica Márcio Carcará.
O coordenador do Gaej/MPPI explica também que o pacote anticrime prevê, que em caso de pena superior a 15 anos de prisão, a execução é imediata, não sendo possível a concessão de prisão domiciliar para a ré condenada.
Versão da idosa é questionada
A versão dita por Maria Nerci é questionada pela polícia. Provas periciais atestam que no dia do crime, o jornalista João Paulo executou e a mãe assistiu ao assassinato, pois a posição dos golpes de faca feitos em Izadora favorece o lançamento de sangue encontrado no vestido da mãe dela.
A vítima sofreu 11 golpes de faca, a maioria no pescoço e uma no peito. Foram feitas perfurações de 4 a 9 centímetros, que de acordo com a polícia, seriam incompatíveis com a força da idosa.
Na época, o Ministério Público defendeu a tese de que o crime foi cometido por João Paulo e Maria Nerci, e que a motivação foi relacionado a uma herança de cerca de R$ 4 milhões, deixada pelo pai da advogada.
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