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(Atualizada às 08h33)
A Polícia Civil do Piauí informou nesta terça-feira (23), durante coletiva, que o influencer Itallo Bruno e familiares não têm envolvimento com facção criminosa, como havia sido revelado inicialmente pela própria investigação. O empresário e familiares foram soltos na segunda (22) após um acordo de delação premiada. Eles ficaram detidos por 11 dias. A rede social de Itallo, com mais de 700 mil seguidores - que havia sido desativada após decisão judicial - será reativada. Ainda de acordo com a polícia, Itallo poderá voltar com as rifas, desde que elas estejam regularizadas.
Anteriormente, a própria Polícia Civil havia divulgado que o influencer lavava dinheiro para uma facção criminosa em Teresina. O caso chamou atenção, principalmente pelo valor milionário que Itallo conseguiu arrecadar nos últimos cinco meses.
"A participação e o envolvimento, o vínculo, tanto do investigado principal quanto da sua família, esse vínculo com facção criminosa, nós chegamos à conclusão que não existe. O que existiu foi uma transação pontual entre o investigado e um membro que não denota qualquer tipo de envolvimento, vínculo ou participação. Tá certo? Mas, reitero, o jogo de azar, a lavagem de dinheiro e a organização criminosa, o envolvimento, a empresa que funcionava irregular, isso existia e a gente mantém isso, mas que não será discutida em virtude dessa delação premiada, dessa colaboração premiada. Saliente-se foi, teve a participação do Ministério Público, a homologação do judiciário, com a sua regularidade, com a sua legalidade, com a sua voluntariedade, certo? E, ao final, quem ganha é a sociedade, sociedade piauiense", disse o delegado Humberto Mácola durante coletiva de imprensa.
Itallo Bruno havia sido preso no último dia 11 de janeiro durante a Operação Jogo Sujo, que teve como objetivo realizar o cumprimento de 15 mandados de prisão preventiva e busca e apreensão domiciliar, cujos investigados são acusados de obter vantagem ilícita por meio da prática de jogos de azar e a ocultação de patrimônio nas compras de bens diversos. Onze pessoas foram presas e a Polícia Civil apreendeu oito carros e 13 motos de altos valores, além de porção de maconha.
A defesa de Ítalo procurou a polícia para fazer a delação, sendo que os critérios foram analisados com o apoio do Ministério Público. Os envolvidos cederam bens, com o acordo, que serão revertidos a projetos sociais, segundo a polícia.
"Ele abriu mão da totalidade de seus bens, restando alguns apenas para garantir eventuais prejuízos a eventuais e supostas vítimas, além de um bem de família. Ele reconheceu os crimes cometidos de lavar dinheiro, a organização criminosa e o jogo de azar e deu elementos novos, abriu um leque, um horizonte para as novas investigações. Nós não iremos pormenorizar esse instrumento porque ele é um objeto de segredo, de justiça, mas nós adiantamos esses aspectos. Os bens que o investigado abriu mão serão revertidos para a Secretaria de Segurança Pública do Piauí, e em primeira mão, o nosso secretário, doutor Chico Lucas, já afirmou que grande parte desses valores revertidos irão retornar para a sociedade por meios de ações sociais", explicou o delegado.
Conforme a Polícia, Ítalo Bruno poderá retornar para as redes sociais, mas de forma regular. "Tem a devolução da rede social e o compromisso foi estabelecido para que fosse utilizado de forma regular, legal, sem o incentivo à prática de qualquer tipo de contravenção ao crime [...].Nesse caso, não será um aval, será uma regularização, uma advertência, inclusive replicando para demais pessoas que tinham o Ítalo Bruno como referência de uma contravenção penal, de uma lavagem de organização criminosa, que isso não se sustente, e ele retornando regularizado, ele retornando de forma legal, pelo contrário, ele estimulará a regularização de outras pessoas", disse o delegado.
Durante as investigações, a polícia ainda identificou que Ítalo Bruno não praticou estelionato e que ele realmente entregava os prêmios sorteados nas rifas através das redes sociais. No total, cinco pessoas foram contempladas com a delação premiada, sendo Ítalo, a mãe, o pai, a irmã e outra pessoa identificada apenas como Vinicius.
"As investigações continuam, elas avançam para outros patamares em relação a qualquer tipo de organização criminosa ou qualquer tipo de ente que utilize da prática tanto da contravenção penal ou do crime para lavar dinheiro. As pessoas que agiram de boa fé, boa fé de terceiros, elas estão sendo analisadas esse. Se for provado que agiram de má-fé, sim, poderão ser objeto de investigação", explicou o delegado.
Disse que ia voltar mais forte
Durante sua condução para a Central de Flagrantes, Ítallo Bruno declarou que "ia voltar mais forte". A TV Antena 10 flagrou o momento da chegada dos alvos na central. Para a imprensa, Itallo Bruno disparou que tudo isso é uma ‘provação e que voltará forte’.
Fonte: Portal A10+