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O delegado da Polícia Federal, Marco Antônio, deu detalhes sobre como agiam os alvos da Operação Smart Fake, deflagrada na manhã desta quarta-feira (06), para desarticular um grupo criminoso suspeito de fraude em operações de crédito para pessoas jurídicas junto à Caixa Econômica Federal, em Teresina. O prejuízo total aos cofres públicos ultrapassa R$ 20 milhões. Até o momento, quatro pessoas foram presas.
De acordo com as investigações, um contador entrava em contato com os chamados "agentes", que cooptavam donos de empresas na iminência de encerrarem as atividades. Eles afirmavam que poderiam realizar empréstimos junto à Caixa, mas que não pagariam pela operação de crédito. Depois com as empresas já fechadas, o nome do titular ficava negativado por 5 anos, no entanto recebiam valores como parte do empréstimo pela fraude.
"Eles diziam: vamos fazer toda a documentação, mas não vamos efetuar pagamento, vamos usar o seu nome, você vai conseguir colocar um dinheiro do bolso, vai passar cinco anos com o nome vedado, você vai ficar com uma parte e vamos ficar com outra. A priori, as empresas tinham um vínculo de existência, mas na eminência de fechar, o contador ligava para esses agentes informando sobre o fechamento, e eles cooptavam essas pessoas para a fraude. Os proprietários de algumas empresas participavam a partir do momento em que eles sabiam do empréstimo, e que ninguém ia pagar por ele", afirmou.
Além do contador, alvo de mandado de busca e apreensão, e dos agentes, funcionários da Caixa também estão sendo investigados por envolvimento nos crimes. Os levantamentos das fraudes iniciaram há mais de um ano.
Apesar de algumas das empresas terem conhecimento do crime, outras realmente tiveram seus documentos utilizados pelo grupo. Como é o caso de um empresário de Teresina, que relatou a solicitação de um crédito fraudulento em nome de sua empresa, intermediado por um terceiro, com faturamento falsificado e sem intenção de pagamento.
A partir da identificação do intermediário, foram descobertos outros contratos irregulares, firmados desde 2022. Além da falta de pagamento dos empréstimos contraídos pelas empresas junto à Caixa, foram detectadas movimentações suspeitas em suas contas, e vários CNPJs estavam baixados ou inaptos na Receita Federal após o uso do crédito.
A PF conseguiu verificar, durante as investigações, 179 contratos suspeitos, firmados com 115 CNPJs diferentes. Algumas empresas se destacaram pelo volume de empréstimos inadimplentes, acima de R$ 800 mil por CNPJ.
A Polícia Federal explica que os envolvidos podem responder pelos crimes de estelionato qualificado, organização criminosa, falsificação de documentos, além de outros que venham a ser identificados no decorrer da investigação.
Fonte: Portal A10+