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O ex-presidente Jair Bolsonaro, réu por golpe de Estado no STF (Supremo Tribunal Federal), voltou a questionar a ação penal relacionada à tentativa de golpe após as eleições de 2022. Em conversa com jornalistas nesta quinta-feira (17), ele afirmou que é inocente e que uma eventual condenação seria uma “injustiça”.
A declaração ocorre dias após a PGR (Procuradoria-Geral da República( pedir ao STF a condenação dele e de outras sete pessoas por envolvimento em um golpe de Estado.

Lula Marques/Agência Brasil
“É um absurdo, não tem cabimento. Não tem nada que me vincule a esses dados. Sempre joguei dentro das quatro linhas. [...] Uma injustiça”, afirmou em coletiva no Senado.
Ao todo, o ex-presidente responde por cinco crimes, cujas penas somadas podem ultrapassar 40 anos de prisão.
Mais uma vez, Bolsonaro contestou alguns dos crimes que lhe são atribuídos.
“Lamento a peça do seu Paulo Gonet [procurador-geral da República], uma pessoa que sempre tive no mais alto conceito. Que golpe é esse que o Mossad [Serviço secreto de inteligência de Israel] não está sabendo? Não tenho nada a ver com o 8 de Janeiro, não houve tentativa de golpe. Sou inocente”, reforçou.
Entenda
Na última segunda-feira (14), a PGR apresentou as alegações finais da ação penal. Nela, Paulo Gonet pediu a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete pessoas por tentativa de golpe de Estado.
Com a entrega das alegações finais da PGR (Procuradoria-Geral da República), começa o prazo para que os réus se defendam pela última vez das acusações.
O primeiro a se manifestar será o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator no caso. O ministro Alexandre de Moraes, relator da ação, abriu prazo de 15 dias para que a defesa de Cid entregue o posicionamento. Após isso, os demais réus também terão 15 dias para apresentar as manifestações ao STF.
Os réus da ação penal são:
- Mauro Cid, tenente-coronel do Exército e ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro;
- Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência);
- Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal;
- Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
- Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; e
- Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil e candidato a vice de Bolsonaro em 2022.
Acusações
Para a PGR, houve uma articulação clara com o objetivo de manter Bolsonaro no poder, mesmo após a derrota dele nas eleições de 2022.
No documento, a PGR afirma que Bolsonaro instrumentalizou o governo federal, mobilizando órgãos públicos, setores estratégicos das Forças Armadas e recursos estatais para, de forma persistente, atacar instituições públicas e o processo eleitoral brasileiro.
Segundo a acusação, o ex-presidente é descrito como o maior beneficiário e executor dos atos mais graves do esquema. A PGR aponta que ele documentou quase todas as fases da trama, se valendo de discursos públicos, transmissões oficiais e reuniões ministeriais para insuflar apoiadores e atacar o sistema eletrônico de votação.
Fonte: R7