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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avaliou a possibilidade do presidente Lula ligar para Donald Trump para negociar as tarifas anunciadas pelo presidente norte-americano e que começam a valer na sexta-feira (1º). Ele alertou, no entanto, para o risco de “subserviência” e “viralatismo” na medida.
A declaração foi dada à jornalistas nesta terça-feira (29), ocasião em que Haddad também alfinetou Jair Bolsonaro e disse que ele foi o “presidente mais subserviente da história do Brasil”.
“O Bolsonaro tinha um estilo muito subserviente. Isso não está à altura do Brasil. Foi o presidente mais subserviente da história do Brasil”, afirmou.
Haddad defendeu que, “quando dois chefes de Estado vão conversar, tem toda uma preparação antes”.
“Para que não seja uma coisa que subordine um país ao outro. Tem uma preparação protocolar mínima, um arranjo. É uma coisa de dois países soberanos, não é uma coisa de que [um] sai correndo atrás. A gente tem que entender que o Brasil é grande e isso não é arrogância nenhuma. É uma questão protocolar para que o país se coloque dignamente à mesa”, explicou.
O ministro disse que outras conversas de Donald Trump com líderes mundiais “não teriam sido respeitosas”. “Tem que haver uma preparação antes para que seja uma coisa respeitosa, para que os dois povos se sintam valorizados à mesa de negociação e não haja um sentimento de viralatismo, de subordinação. Isso é respeito ao povo”, afirmou.
Haddad reforçou, no entanto, que outros agentes brasileiros estão em constante diálogo com representantes norte-americanos.
“Nos canais conosco não existe obstrução. Eu liguei para o [secretário do Tesouro dos EUA] Scott Bessent, já me reuni com ele na Califórnia. O Alckmin já falou três vezes com o [secretário de Comércio, Howard] Lutnick. O Mauro [Vieira, ministro das Relações Exteriores] está lá. Tem oito senadores lá”, reforçou.
Articulações
O vice-presidente Geraldo Alckmin voltou a declarar nesta segunda-feira (28) que o Brasil usa, além dos meios oficiais, canais “reservados” para dialogar com os Estados Unidos sobre a taxa imposta pelo presidente Donald Trump. Alckmin afirmou a jornalistas que está em elaboração um plano de contingência, “bastante completo e bem feito”, em resposta à medida de Trump.
“Todo empenho agora nesta semana é buscar resolver o problema. Estamos permanentemente no diálogo, estamos dialogando neste momento, pelos canais institucionais e em reserva”, destacou.
O grupo de oito senadores brasileiros que está nos EUA para tratar sobre a tarifa de 50% imposta a produtos nacionais iniciou, também nesta segunda, uma articulação com o setor privado americano para pedir a prorrogação do prazo para o início das tarifas, previstas para entrar em vigor em 1° de agosto.
“Foi sugerido um manifesto, uma carta, solicitando a prorrogação desse caso, até porque a classe empresarial precisa de previsibilidade para se adequar, principalmente no caso de produtos perecíveis”, afirmou o líder do grupo, senador Nelsinho Trad (PSD-MS), em entrevista a jornalistas.
Fonte: R7