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Muitas pessoas não sabem, mas a Profilaxia Pré-Exposição, conhecida por PrEP, está disponível no SUS desde 2017 e possui 99% de eficácia na proteção contra o HIV. O comprimido impede que o vírus infecte o organismo da pessoa que entrou em contato com o mesmo, fazendo com que ela não contraia a doença posteriormente. Até o momento, mais de 52 mil pessoas já fizeram o uso da profilaxia.

A PrEP é tão promissora que virou até tema de conclusão de curso. O enfermeiro Wanderson Gouveia fez seu TCC todo baseado na importância e conscientização do medicamento preventivo. Wanderson conheceu a profilaxia durante seu curso de enfermagem e sentiu a vontade de estudar mais o assunto e disseminar o tema para que cada vez mais pessoas saibam da existência da PrEP.  

“Meu TCC falou sobre o conhecimento e adesão da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP). Muitos amigos comentavam sobre e nunca tinham um embasamento sobre o que era e pra que servia. Eu quis me aprofundar mais sobre o assunto e levar o conhecimento para mais pessoas que desconhecem sobre”, disse Wanderson ao Portal A10+.

Wanderson contou que o medicamento pode ser tomado diariamente ou em um esquema 2+1+1, onde a pessoa toma dois comprimidos antes da relação sexual, 1 após 24h e outro após 48h da relação. 

Mesmo com sua eficácia, o enfermeiro lembra que é de extrema importância que o preservativo continue sendo utilizado pela população. A PrEP previne contra o HIV, mas diversas outras IST são combatidas apenas com o uso de camisinha. 

“A PrEP foi criada para ser usada como uma prevenção combinada, que é a junção do medicamento e o preservativo, que além da proteção contra o HIV protege também de outras IST. A PrEP hoje sendo usada de forma correta pode dar um fim na epidemia de HIV, pois é uma estratégia promissora e eficaz", relatou.

A PrEp é indicada para todas as pessoas. De acordo com o Governo Federal, é indicada para aquelas que tenham maior risco de entrar em contato com o HIV e para populações-chave como: 

• Gays e outros homens que fazem sexo com homens (HSH);
• Pessoas trans;
• Trabalhadores(as) do sexo.

O Governo Federal também indica o uso para quem:

• Frequentemente deixa de usar camisinha em suas relações sexuais (anais ou vaginais);
• Tem relações sexuais, sem camisinha, com alguém que seja HIV positivo e que não esteja em tratamento;
• Faz uso repetido de PEP (Profilaxia Pós-Exposição ao HIV);
• Apresenta episódios frequentes de Infecções Sexualmente Transmissíveis

A PrEP é gratuita e você pode buscar uma unidade de saúde mais próxima de você para se informar sobre o uso do medicamento.

Dezembro Vermelho

Durante todo o mês de dezembro aconteceu em todo o Brasil a campanha ‘Dezembro Vermelho’, campanha essa de prevenção e enfrentamento às Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e, principalmente, ao HIV/ Aids.

Dentre os objetivos do Dezembro Vermelho está a busca pela conscientização, prevenção, assistência, e proteção dos direitos das pessoas infectadas com o HIV. A Aids é uma doença causada pela infecção do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). Esse vírus, do tipo retrovírus, ataca o sistema imunológico, que é o responsável por defender o organismo de doenças. 

De acordo com o boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, de 2007 até junho de 2022 foram notificados 434.803 casos de infecção pelo HIV no Brasil, sendo 183.901 (42,3%) na região Sudeste, 89.988 (20,7%) na região Nordeste, 84.242 (19,4%) na região Sul, 42.957 (9,9%) na região Norte e 33.715 (7,7%) na região Centro-Oeste. Em 2021, foram notificados 40.880 casos de infecção pelo HIV e até junho de 2022 foram 16.703 casos.

Casos de HIV/ Aids no Piauí

Segundo dados da Coordenação de Infecções Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), em 2022 o estado do Piauí registrou 533 casos de HIV/ Aids em adultos. A nota técnica que contém os dados da coordenação aponta ainda que de 2018 a 2022 a faixa etária dos piauienses que mais apresentou novos casos da doença foi a de 20 a 34 anos, com 49% dos casos registrados.

No Piauí, o sexo masculino foi o público mais atingido pelo HIV/AIDS, com 74% dos casos registrados no estado de 2018 a 2022. De 1980 a 2021 o estado registrou 1076 casos de HIV/AIDS em gestantes: em 2021 foram registrados apenas 09 casos e em 2022 não houve registros. 

De 1980 a 2020 o estado registrou 2146 óbitos por HIV, sendo o ano de 2020 aquele onde o maior número foi constatado: 140 óbitos registrados dentro do estado.

Transmissão, tratamento e prevenção

Os pacientes soropositivos, que têm ou não Aids, podem transmitir o vírus a outras pessoas pelas relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação, quando não tomam as devidas medidas de prevenção. 

Todas as pessoas diagnosticadas com HIV têm direito a iniciar o tratamento com os medicamentos antirretrovirais, imediatamente, e, assim, poupar o seu sistema imunológico. Esses medicamentos (coquetel) impedem que o vírus se replique dentro das células T CD4+ e evitam, assim, que a imunidade caia e que a Aids apareça.

O uso do preservativo (masculino ou feminino) em todas as relações sexuais (orais, anais e vaginais) é o método mais eficaz para evitar a transmissão das IST, do HIV/ Aids e das hepatites virais B e C. A PrEP, disponível no SUS desde 2017, também é uma grande aliada na prevenção do HIV.

Fonte: Portal A10+