O julgamento de Cauã Alexandre da Silva, réu pela acusação de homicídio em um condomínio na zona Sul de Teresina, ocorre nesta sexta-feira (07), em Teresina. A vítima trata-se de Kaylson Neiva, que foi atingido por várias facadas até a morte, em maio do ano passado.
TV Antena 10/A10+
Maria da Cruz Neiva, mãe do rapaz, relatou a crueldade do caso e manifestou o desejo de Justiça. "Eu espero que a justiça seja feita. Meu filho era um menino bom, todo mundo gostava dele. Eu estou aqui com o coração partido com a minha família, porque tirado de nós o direito de abraçá-lo. Meu filho foi violentado, ele foi esfaqueado várias vezes, essa é uma covardia, e nós estamos hoje gritando por justiça por um crime covarde, por um assassino cruel", afirmou em entrevista à TV Antena 10 e ao A10+.
Réu alega que agiu em defesa por ter sido abusado pela vítima
Chagas Silva, advogado de Cauã, reforça que ele teria agido para se defender de um suposto abuso sexual por parte da vítima. "Ele exerceu um direito de legítima defesa, em virtude dele ter se tomado por violenta emoção, o estado psicológico dele estava abalado, diante de uma injusta provocação da vítima. Ele se defendeu de forma excessiva. Quando o fato aconteceu, para o primeiro vizinho que saiu, ele disse: matei o rapaz porque eu fui abusado. Ele lutou contra ele, conseguiu tomar a faca, e ele exercitou a legítima defesa. Todas as testemunhas de acusação, todas elas, sem exceção, narraram o fato de que meu constituinte foi bem claro ao declarar que tinha sido estuprado pela vítima", detalhou à TV Antena 10 e ao A10+.
A defesa ainda destacou que o réu possui um histórico de transtornos psicológicos, sendo acompanhado desde a infância. "Com todo respeito à vítima, mas depois que morre, infelizmente, às vezes só se tende a dar oportunidade para a defesa de quem morreu, mas nós precisamos mostrar para os jurados que o meu constituinte ele sofreu um estupro. Ele tem problemas psicológicos, transtorno, nós temos documentos que comprovam que ele desde a infância vem sendo acompanhado no Hospital Aurelino de Abreu, e em outros hospitais particulares. Ele foi violentado, e por conta dessa violência, ele tomado de emoção agiu em defesa com excesso", concluiu.
O crime
Segundo apurado pela TV Antena 10 com a delegada Nathalia Figueiredo, a vítima e o suspeito teriam ingerido bebida alcoólica em um bar próximo e depois foram até o apartamento onde aconteceu o crime.
"A PM foi acionada por volta de 6 horas da manhã, sendo relatado que um rapaz estava dentro do apartamento em óbito. Segundo testemunhas, ele foi visto chegando na companhia de outro rapaz, eles teriam consumido bebida alcoólica em um bar próximo e um vizinho teria ouvido uma pessoa forçando a porta para sair. Quando viu era o autor. Ele estava no apartamento com a vítima, houve um desentendimento e ele desferiu vários golpes na região da face, pescoço, abdômen e costas", disse a delegada.
Ronney Oliveira/ TV Antena 10
Quando a polícia chegou ao local o suspeito ainda estava dentro do apartamento onde aconteceu o crime. Ele teria confessado o caso e a suspeita é que ele tenha golpeado a vítima pelo menos 18 vezes.
"Quando chegamos ele estava ainda no apartamento, estava trancado por dentro, foi necessário fazer o arrombamento e demos voz de prisão. Foi feito um rápido interrogatório e ele confessou ter praticado o delito e foi conduzido para a Central de Flagrantes. Foi apreendida uma arma branca no local e na analise pericial, de forma bem superficial, foram cerca de 18 a 20 lesões, mas a quantidade certa virá com o laudo cadavérico", explicou à TV Antena 10.