O delegado Abimael Silva deu mais detalhes à TV Antena 10 sobre o laudo que detectou que não haviam substâncias tóxicas nos cajus doados por Lucélia Maria da Conceição para os irmãos Ulisses Gabriel da Silva, de 8 anos e João Miguel da Silva, de 7 anos. Ele contou que antes o Piauí não possuía laboratório para exames toxicológicos e que o caso dos meninos foi o primeiro a ser examinado no estado. O delegado relatou ainda que na época do crime o local ainda não tinha o reagente que provava que no alimento não havia veneno, por isso a demora nos resultados.
“O Piauí não tinha laboratório para exames toxicológicos e quando o secretário Chico Lucas entrou em menos de um ano ele criou o laboratório. Inclusive o caso do primeiro envenenamento foi o primeiro caso que foi feito exames no Piauí, só que é o seguinte, para cada tipo de tecido, para cada tipo de material, existe um reagente diferente. Esses reagentes são substâncias controladas e algumas delas vêm do exterior. Esse reagente dos cajus só chegou em dezembro, segundo informações do secretário, e a partir daí que foram realizados exames nos cajus”, disse.
O delegado falou que a polícia informou ao judiciário que não havia sido encontrado nada nos cajus. “O inquérito tem um prazo, ele não é uma condenação. Presume-se inocente todas as pessoas até que se prove o contrário. Através de uma informação da policia, a policia concluiu o laudo e encaminhou para o judiciário. A policia informou ao judiciário que nos cajus não havia sido encontrado nada. A gente faz o maior esforço para que não ocorra erros. O caso ainda não está encerrado, a gente está estudando todas as hipóteses”.
Segundo Abimael Silva, o inquérito foi bem conduzido pela delegada responsável na época. Ele contou ainda que os indícios apontavam para uma possível suspeita contra Lucélia e que qualquer outro delegado pensaria o mesmo.
“O inquérito anterior foi bem conduzido pela delegada. Eu acho que qualquer delegado que tivesse conduzido aquele caso teria chegado àquelas conclusões porque todos os indícios apontavam para ela. O veneno encontrado na casa dela foi o mesmo encontrado no estômago das crianças”, finalizou.
Entenda
Lucélia Maria da Conceição, de 52 anos, deixou a Penitenciária Feminina de Teresina na noite desta segunda-feira (13) após quase cinco meses. Ela estava detida desde agosto de 2024 sob acusação de envenenar as duas crianças em Parnaíba, no litoral do Piauí. Na época do caso, a casa de Lucélia, no município de Parnaíba, foi incendiada e destruída pela população.
Após novos envenenamentos e mortes na família, Francisco de Assis Pereira da Costa, 53 anos, foi preso como principal suspeito do crime, que aconteceu no dia 1º de janeiro.
O primeiro óbito foi de Manoel Leandro da Silva, de 18 anos, que morreu ainda na ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A segunda, Igno Davi da Silva, 1 ano e 8 meses. A filha de Francisca, Lauane da Silva, foi a terceira vítima que não resistiu. A quarta foi Francisca Maria da Silva, de 32 anos, cujo falecimento foi confirmado na madrugada do dia 07 de janeiro, no Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (Heda), em Parnaíba, litoral do Piauí.