Vereadora Tatiana Medeiros é transferida para o Hospital da Polícia Militar, em Teresina

Parlamentar ingeriu uma grande quantidade de medicamentos para tratamento de depressão, e precisou ser internada

(Atualizada às 12h15)

A vereadora Tatiana Medeiros recebeu alta do Hospital de Urgência de Teresina (HUT) na manhã desta quinta-feira (22) e foi transferida para o Hospital da Polícia Militar do Piauí no início desta tarde. A vereadora, que está no centro de uma polêmica envolvendo corrupção eleitoral e facções criminosas, ingeriu uma grande quantidade de medicamentos para tratamento de depressão, e precisou ser internada na quarta (21). Ela foi encontrada dentro da cela desacordada. 

A TV Antena 10 transmitiu ao vivo o momento em que a vereadora chegou ao hospital dentro de uma ambulância do Corpo de Bombeiros. Para evitar ser registrada pela imprensa que aguardava na entrada do local, ela estava coberta por um pano. O A10+ apurou que a parlamentar recebeu um diagnóstico de depressão, apresentando sintomas como humor deprimido, perda de apetite, insônia e até episódios de ataque de pânico.

  

Vereadora Tatiana Medeiros recebe alta do hospital em Teresina
TV Antena 10

   

Nesta semana, a juíza Gláucia Mendes de Macêdo, da 98ª Zona Eleitoral do Piauí colocou a vereadora de Teresina, Tatiana Medeiros, o namorado dela, Alandilson Passos, e mais sete pessoas no banco dos réus. Entre os crimes imputados a eles estão envolvimento com facção criminosa, corrupção eleitoral, lavagem de dinheiro, violação do sigilo de voto e outros. A decisão foi assinada na terça-feira (20).


Na decisão, que o A10+ obteve acesso, a juíza também afirmou que são válidos e atuais os motivos que levaram à manutenção da prisão preventiva de Tatiana e Alandilson. "Os autos apontam que os réus Tatiana Teixeira Medeiros e Alandilson Cardoso Passos exerciam função de liderança em organização criminosa estruturada, com atuação direcionada à prática de crimes eleitorais, peculato, lavagem de capitais e corrupção, valendo-se de entidades assistenciais como instrumento de manipulação da vontade popular e desvio de recursos", afirma a juíza.

  

Tatiana Medeiros
TV Antena 10

   

A magistrada destacou que a denúncia apresentada pelo Ministério Público é apta e válida para dar prosseguimento ao processo judicial, pois não há vícios formais ou ausência de indícios mínimos que justifiquem seu indeferimento inicial.

"Isto posto, satisfeitos os requisitos legais e ausentes quaisquer das hipóteses de rejeição a que alude o artigo 358 do Código Eleitoral ou 395 do CPP, recebo a denúncia ofertada pelo Ministério Público contra Tatiana Teixeira Medeiros, Alandilson Cardoso Passos, Stênio Ferreira Santos, Maria Odélia de Aguiar Medeiros, Emanuelly Pinho de Melo, Bianca dos Santos Teixeira Medeiros, Lucas de Carvalho Dias Sena, Bruna Raquel Lima Sousa e Sávio de Carvalho França", diz trecho da decisão.

Vereadora segue presa 

Ainda na terça (20), o ministro Nunes Marques, do Tribunal Superior Eleitoral, rejeitou o recurso em Habeas Corpus, da vereadora Tatiana Medeiros. A vereadora alegou que sua prisão preventiva deveria ser revogada por ausência dos requisitos legais e que a decisão do Tribunal Regional Eleitoral que indeferiu o seu pedido de liberdade teria se baseado, exclusivamente, na gravidade abstrata do delito, sem demonstração concreta do perigo à ordem pública ou à instrução criminal.

Durante uma inspeção realizada nesta terça-feira (20), a Polícia Militar encontrou um tablet e um celular escondidos na cela da vereadora. Os dispositivos, segundo apurou o A10+, foram localizados em um compartimento improvisado dentro da cela.

  

Tatiana Medeiros Reprodução

   

A Polícia Militar do Piauí informou que ela teria dito que os aparelhos foram entregues por seu advogado. Em entrevista ao A10+, o advogado Francisco Medeiros, que integra a defesa da vereadora e é também seu tio, afirmou desconhecer qualquer favorecimento na entrada dos aparelhos eletrônicos no quartel.

Entenda o caso

A vereadora Tatiana Medeiros (PSB) foi presa no dia 03 de abril em sua residência durante a Operação Escudo Eleitoral, deflagrada pela Polícia Federal. O A10+ apurou que a prisão envolve compra de votos nas eleições de 2024. A parlamentar está no centro de uma polêmica após a prisão do então namorado membro de uma facção criminosa.  

Antes de assumir uma cadeira na Câmara Municipal de Teresina, a parlamentar esteve envolvida em um escândalo sobre suposto financiamento de campanha por facção criminosa durante as eleições de 2024.

Recentemente, Tatiana Medeiros, junto com outras oito pessoas — entre elas, integrantes de sua própria família —, foi denunciada pelo Ministério Público Eleitoral à Justiça pelos crimes de corrupção eleitoral, formação de organização criminosa e outras infrações.