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(Atualizada às 11h13)
A vereadora Tatiana Medeiros foi encontrada desacordada, na manhã desta quarta-feira (21), após ingerir uma grande quantidade de medicamentos para pressão arterial. Ela foi encaminhada às pressas ao Hospital de Urgência de Teresina (HUT) e seu estado de saúde, até o momento, é desconhecido. A parlamentar está presa desde o dia 3 de abril sob a acusação de envolvimento em crimes eleitorais e com uma facção criminosa.
Durante uma inspeção realizada nesta terça-feira (20), a Polícia Militar encontrou um tablet e um celular escondidos na cela da vereadora. Os dispositivos, segundo apurou o A10+, foram localizados em um compartimento improvisado dentro da cela.
Reprodução
A Polícia Militar do Piauí informou que ela teria dito que os aparelhos foram entregues por seu advogado. Em entrevista ao A10+, o advogado Francisco Medeiros, que integra a defesa da vereadora e é também seu tio, afirmou desconhecer qualquer favorecimento na entrada dos aparelhos eletrônicos no quartel.
Thracy Oliveira / A10+
“Os equipamentos eletrônicos, (tablet e celular), ainda dependem do auto de apreensão e pelo que tomamos conhecimento não possuem qualquer condição de comunicação com o ambiente externo, (eram desprovidos de chips e internet), ressaltamos ainda que a defesa desconhece qualquer favorecimento da entrada dos mesmos no QCG”, relata.
A diretora-geral do HUT, Aranucha de Brito, informou, à TV Antena 10 e ao A10+, que a vereadora está sendo atendida na sala vermelha da unidade de saúde, local que dispõe de um controle maior do quadro em que ela se encontra. Nesse espaço, há oito leitos com pessoas entubadas.
No momento, ela segue sonolenta e em observação, mas aparenta estar consciente. Um boletim médico deverá ser divulgado nas próximas horas.
A segurança do hospital foi reforçada pela polícia pelo fato de a vereadora ser uma custodiada. A mãe dela chegou ao HUT, mas não teve acesso ao local onde a filha está internada.
Vereadora segue presa
Ainda na terça (20), o ministro Nunes Marques, do Tribunal Superior Eleitoral, rejeitou o recurso em Habeas Corpus, da vereadora Tatiana Medeiros. A vereadora alegou que sua prisão preventiva deveria ser revogada por ausência dos requisitos legais e que a decisão do Tribunal Regional Eleitoral que indeferiu o seu pedido de liberdade teria se baseado, exclusivamente, na gravidade abstrata do delito, sem demonstração concreta do perigo à ordem pública ou à instrução criminal.
No entanto, para o ministro não seria possível o conhecimento de recurso ordinário contra acórdão do TRE porque a Corte é que deve analisar a eventual ilegalidade da prisão decretada, a existência dos pressupostos de garantia da ordem pública e conveniência da instrução criminal, o laudo psiquiátrico apresentado, o requisito da contemporaneidade entre os fatos imputados e a decretação da prisão preventiva e a necessidade da segregação cautelar.
O ministro Nunes Marques entendeu também que "a prisão preventiva é admissível quando fundamentada em elementos concretos que demonstrem risco à ordem pública e à instrução criminal, especialmente em casos envolvendo organizações criminosas e corrupção eleitoral.[...] Medidas cautelares diversas da prisão são insuficientes quando o grau de risco à sociedade e ao processo penal é elevado, como no caso de práticas criminosas associadas a poder político e econômico", diz trecho da decisão obtida pelo A10+.
Promotor pede abertura de inquérito para investigar quem entregou eletrônicos à vereadora Tatiana Medeiros
O Ministério Público Militar pediu a abertura de um inquérito para investigar se houve participação de policiais na entrega de celular e tablet à vereadora Tatiana Medeiros, presa na sala de estado maior do Quartel Militar do Piauí. Em entrevista com à TV Antena 10, na manhã desta quarta-feira (21), o promotor militar Assduero Stevenson afirmou que a entrada desses eletrônicos sem permissão judicial é ilegal. A defesa da parlamentar nega qualquer tipo de favorecimento, mesmo Tatiana afirmando que recebeu os aparelhos de seu advogado.
"Eu fiquei surpreso. Uma área de segurança pública dentro do Comando onde uma pessoa que está detida utilizando celular é um absurdo. Eu pedi a abertura de inquérito policial militar e o comandante já deferiu ontem para apurar se houve ou não partição de um militar neste ato, que é crime. Ela está na parte destinada ao estado maior presa, logo tem que ser obedecido a lei. Só pode entrar com autorização judicial. É inadmissível, tanto assim, que o comandante observou e fez sessar esse ato criminoso", disse o promotor.
Entenda o caso
A vereadora Tatiana Medeiros (PSB) foi presa no dia 03 de abril em sua residência durante a Operação Escudo Eleitoral, deflagrada pela Polícia Federal. O A10+ apurou que a prisão envolve compra de votos nas eleições de 2024. A parlamentar está no centro de uma polêmica após a prisão do então namorado membro de uma facção criminosa.
Antes de assumir uma cadeira na Câmara Municipal de Teresina, a parlamentar esteve envolvida em um escândalo sobre suposto financiamento de campanha por facção criminosa durante as eleições de 2024.
Recentemente, Tatiana Medeiros, junto com outras oito pessoas — entre elas, integrantes de sua própria família —, foi denunciada pelo Ministério Público Eleitoral à Justiça pelos crimes de corrupção eleitoral, formação de organização criminosa e outras infrações.
Fonte: Portal A10+