MP abre investigação sobre suposta “funcionária fantasma” ligada ao vice-prefeito de São João da Varjota

Centro de Apoio Operacional de Combate à Corrupção e Defesa do Patrimônio Público já foi oficialmente comunicado da abertura do procedimento

O Ministério Público do Estado do Piauí abriu um Procedimento Preparatório de Inquérito Civil para investigar uma suspeita grave na Prefeitura de São João da Varjota: a possível manutenção irregular de uma servidora já aposentada na folha de pagamento do município, com indícios de desvio de valores em favor do vice-prefeito. A portaria nº 129/2025, assinada pela promotora de Justiça Emmanuelle Martins Neiva Dantas Rodrigues Belo, titular da 2ª Promotoria de Justiça de Oeiras, converteu uma Notícia de Fato já existente no Ministério Público no Procedimento Preparatório de Inquérito Civil nº 76/2025. O caso teve origem no protocolo SIMP nº 003026-426/2025.

Segundo o documento, o Ministério Público recebeu informação de que a Sra. Francisca Maria Silva Sousa teria sido mantida na folha de pagamento da Prefeitura de São João da Varjota/PI mesmo após sua aposentadoria. A suspeita vai além: parte dos valores pagos a ela poderiam estar sendo desviados em benefício do vice-prefeito, Gutemberg Silva Sousa.

  
Vice-prefeito de São João da Varjota Divulgação
 
 
 

Na prática, a promotoria quer saber: se Francisca continuou oficialmente como servidora ativa mesmo já estando aposentada; se ela recebia salários ou vantagens sem trabalhar, caracterizando possível funcionária fantasma; se houve repasse de valores em favor do vice-prefeito;  quem, dentro da Prefeitura, tinha conhecimento ou participação nesse esquema, caso ele seja comprovado.

Inicialmente, a denúncia foi registrada como uma Notícia de Fato, espécie de “pré-apuração” usada pelo Ministério Público para analisar se há elementos mínimos para seguir investigando. Com o avanço das informações e o vencimento do prazo inicial de apuração, a promotora entendeu que existem indícios suficientes para aprofundar o caso e, por isso, decidiu converter a notícia em Procedimento Preparatório de Inquérito Civil.

Essa mudança dá ao Ministério Público mais ferramentas formais para investigar, requisitar documentos, ouvir pessoas e, ao final, decidir se propõe:

Na portaria, a promotora lista uma série de providências para dar início formal ao inquérito civil:

A principal medida prática, voltada diretamente à apuração, é uma requisição formal à Prefeitura de São João da Varjota, onde o município terá 15 dias úteis para enviar ao Ministério Público a cópia do registro de frequência da servidora Francisca Maria Silva Sousa referente aos últimos cinco anos.

Por enquanto, trata-se de uma investigação em andamento, não de condenação. A Prefeitura, a servidora e o vice-prefeito ainda terão oportunidade de apresentar defesa, documentos e explicações. O caso passa, a partir de agora, a ser acompanhado oficialmente como inquérito civil, sob a responsabilidade da 2ª Promotoria de Justiça de Oeiras.