MP apura suposta omissão no pagamento de direitos trabalhistas em Santa Rosa do Piauí

Investigação mira gestão de Veríssimo Siqueira (PT) e aponta passivo que pode ultrapassar R$ 2,6 milhões

O Ministério Público do Estado do Piauí instaurou um Procedimento Preparatório de Inquérito Civil para apurar possíveis atos de improbidade administrativa relacionados ao não pagamento de verbas trabalhistas a servidores comissionados e contratados temporários no município de Santa Rosa do Piauí. A apuração tem como foco a gestão municipal exercida entre 2017 e 2024, sob o comando do então prefeito Veríssimo Siqueira (PT).

A investigação foi formalizada por meio da Portaria nº 140/2025, assinada pela promotora de Justiça Emmanuelle Martins Neiva Dantas Rodrigues Belo, após a conversão de uma Notícia de Fato em procedimento investigativo mais aprofundado. Segundo o Ministério Público, há indícios de que a administração anterior teria deixado de quitar obrigações trabalhistas ao longo de vários exercícios, gerando um elevado passivo judicial para o município.

  
MP apura suposta omissão no pagamento de direitos trabalhistas em Santa Rosa do Piauí
Reprodução
 
 
 

De acordo com as informações reunidas no procedimento, após a mudança de gestão em 2025, uma série de ações trabalhistas passou a ser ajuizada contra a Prefeitura. Atualmente, já são mais de 150 processos em tramitação, com condenações que somam mais de R$ 716 mil. O passivo potencial, considerando ações em curso e novas demandas que continuam surgindo, pode ultrapassar R$ 2,6 milhões.

Ações ajuizadas por ex-integrantes da própria gestão

Para o MP, esse contexto reforça a necessidade de apuração quanto à eventual omissão deliberada no pagamento de direitos trabalhistas durante o exercício do mandato, bem como sobre as circunstâncias que levaram à judicialização posterior dessas cobranças.

Como parte das diligências iniciais, o Ministério Público determinou que a Prefeitura de Santa Rosa do Piauí apresente, no prazo de 15 dias úteis, uma série de documentos, entre eles:

A instauração do procedimento foi comunicada ao Conselho Superior do Ministério Público e ao Centro de Apoio Operacional de Combate à Corrupção e Defesa do Patrimônio Público (CACOP). A portaria também será publicada no Diário Oficial do MP-PI, garantindo a publicidade do ato.

O Procedimento Preparatório é uma fase inicial de investigação e pode resultar, a depender das conclusões, na abertura de Inquérito Civil ou no ajuizamento de ação civil pública por improbidade administrativa, com eventual pedido de ressarcimento ao erário.