Em seu retorno à Casa Branca, o presidente Donald Trump assinou uma série de decretos executivos que reverteram políticas da administração anterior. Entre as medidas, destacam-se a retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris e da Organização Mundial da Saúde (OMS), além da reclassificação de Cuba como patrocinador estatal do terrorismo.
Até o momento, não foram identificados decretos específicos assinados pelo presidente Trump que abordem diretamente as relações com o Brasil. No entanto, as ações de política externa dos Estados Unidos podem ter implicações indiretas para o país. Por exemplo, a saída dos EUA do Acordo de Paris pode influenciar negociações climáticas globais, nas quais o Brasil é um participante ativo. Além disso, mudanças na classificação de países em termos de terrorismo ou políticas comerciais podem afetar acordos bilaterais e cooperação entre as nações.
Outro ponto que pode impactar o Brasil é a política tarifária dos Estados Unidos. Com o retorno de Trump, espera-se uma postura mais protecionista, o que poderia incluir a revisão de tarifas aplicadas a produtos brasileiros como aço, alumínio e commodities agrícolas. Em um discurso recente, Trump afirmou: "Nós não precisamos deles", referindo-se a parceiros comerciais de menor relevância estratégica para os EUA, uma declaração que pode ser interpretada como um sinal de que os interesses comerciais brasileiros podem enfrentar desafios adicionais no mercado americano.
Em contrapartida, o presidente Lula comentou a posse de Trump com um tom cauteloso, destacando que o Brasil continuará buscando parcerias baseadas no respeito mútuo. "Estamos prontos para dialogar, mas sempre em benefício do povo brasileiro", afirmou Lula, reforçando a necessidade de fortalecer a diplomacia para proteger os interesses do país.
Decretos Relevantes
Entre os decretos assinados por Trump estão:
Indultos aos manifestantes de 6 de janeiro: O presidente concedeu perdão a indivíduos condenados por envolvimento nos protestos de 6 de janeiro, uma ação que gerou controvérsia e críticas de diversos setores políticos. (thesun.co.uk)
Declaração de emergência nacional na fronteira sul: Com o objetivo de conter a imigração ilegal, Trump declarou emergência na fronteira com o México, buscando implementar políticas mais rígidas de controle migratório. (thesun.co.uk)
Revogação de programas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI): Foram eliminadas iniciativas voltadas para a promoção da diversidade e inclusão no âmbito federal, sinalizando uma mudança nas prioridades governamentais. (vanityfair.com)
Interferência de Trump em favor de Bolsonaro
Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, não compareceu à posse de Donald Trump porque está com seu passaporte retido por determinação do Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. Aliados veem uma esperança renovada de interferência americana para reverter a inelegibilidade do brasileiro e viabilizar sua candidatura nas eleições de 2026.
Nomes como Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, já declararam que o governo Trump poderia "abrir caminhos" para a revisão de decisões judiciais no Brasil, apontando para o alinhamento ideológico como uma ponte para articulações internacionais. Apesar das limitações legais para tal interferência, setores do bolsonarismo alimentam a narrativa de que a parceria estratégica com os Estados Unidos poderia favorecer o retorno político de Bolsonaro.