“Foi um terror”, diz motorista de ambulância do Samu após ser baleado durante atendimento no Piauí

Ao A10+, Anderson Maranhão revela momentos de desespero no dia do ocorrido; além dele, uma enfermeira também foi baleada

Anderson Maranhão, 43 anos, o condutor da ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), que foi baleado durante atendimento, deu detalhes sobre o momento de desespero ao sofrer o atentado. O caso foi registrado no bairro Vamos Ver o Sol, zona Sul de Teresina, no sábado (15), e a enfermeira Laurimary Caminha também foi atingida, porém já recebeu alta médica.

"A situação foi desesperadora. Foi um caos, um terror. Eu senti quando fui atingido na perna esquerda e já caí no chão sangrando muito, com muita dor e totalmente desorientado. Ouvi gritos, correria e eu vi também quando a enfermeira Laurimary gritou dizendo que havia sido atingida na perna e, no auge desse desespero, o doutor Mauro conseguiu nos conduzir para dentro viatura que já estava com a outra pessoa que já estava baleada, e a ajuda da equipe", descreveu ao A10+. 

Anderson Maranhão, motorista de ambulância do Samu, que foi baleado em Teresina
Reprodução

   

Ele afirmou que a violência vivida durante o exercício da função demonstra desvalorização da vida humana. "Meu primeiro sentimento com relação a toda essa situação é que a violência está acometendo as pessoas em todos os aspectos,  e a impressão que dá é de que a gente chegou a barbárie. Parece que a vida não tem mais valor. Isso nos deixa muito tristes, desolados", pontuou. 

Equipe do SAMU é baleada ao realizar resgate de homem na zona Sul de Teresina
TV Antena 10

   

Anderson segue internado. Ele passou por duas cirurgias ao sofrer uma fratura óssea, tendo que implantar platina. "Ainda estou em recuperação e tenho que ressaltar que não está me faltando apoio da FMS e dos gestores do SAMU. Não está me faltando absolutamente nada. Estou me sentindo muito acolhido, muito bem tratado por todos os profissionais do HUT, que eu serei imensamente grato pelo tratamento, pelo acompanhamento. Então, quanto a isso, eu só posso expressar a minha gratidão", disse.

Ele ainda defendeu o reconhecimento de condutores de ambulâncias como profissionais da Saúde.

"O condutor de ambulância já é uma ocupação diferenciada dos motoristas de um modo geral. Algumas cidades do nosso país já reconhecem o condutor de ambulância como profissional de saúde e esse reconhecimento, através de lei, é fundamental para que a categoria de condutor de ambulância consiga buscar benefícios e organizar a profissão, e as diretrizes que regem a nossa profissão de maneira legal, de maneira organizada, de maneira harmoniosa", concluiu.