Após 18 anos, acusado de matar sogra a tiros durante festa de aniversário é julgado

Família relata que professora foi morta ao tentar defender a filha

Após 18 anos de espera, a família da professora Leonor Moreira da Silva, assassinada a tiros por Nilvan Maciel Neiva, no dia 7 de agosto de 2005, foi ao julgamento do acusado. Nilvan era casado com a filha de Leonor, Clarissa Oliveira, que relatou à TV Antena 10 a batalha judicial que vem travando desde a morte da mãe. 

Na época, o acusado ficou preso por seis meses e desde então a defesa conseguiu adiar o julgamento que ocorre nesta terça-feira (14), em Teresina, após 18 anos do crime. 

  

Clarissa Oliveira e Melissa Oliveira pedem justiça
Thracy Oliveira / Antena 10
   

“Hoje vai ter justiça, a gente vai conseguir descansar e a alma da minha mãe vai conseguir descansar hoje porque faz muito tempo. Foi muita protelação no processo, muita mentira, a defesa usa todos os recursos que ela pode, mas hoje temos fé que vai dar tudo certo. Que vai realmente acontecer a justiça”, afirma a filha da vítima. 

Clarissa Oliveira relata que o crime aconteceu durante a festa de aniversário de Leonor, Nilvan estava agitado e chegou a exibir a arma que usou horas depois para cometer o crime. Próximo do fim da festa, Leonor foi convencer o genro a entregar a arma. Em vez de entregar, Nilvan recarregou a arma e disparou por duas vezes contra a sogra, atingindo a cabeça. 

Ao lembrar do caso, Clarissa lamenta e conta que sofria constantemente agressões do ex-marido e que por isso começou a morar com a mãe como forma de proteção. 

“O tiro era para me matar, não era a minha mãe. A minha tentou apaziguar e ela acabou morrendo por isso. Ela tentou esconder a arma dele, e ele encontrou e descarregou nela com raiva, com ódio porque não conseguiu pegar de pronto. Ele acabou vindo falecer depois por isso. O problema era que ele queria me matar e ela só me protegia. Eram muitas agressões e ela presenciava. Ela queria que eu ficasse perto dela como forma de proteção”, lembra Clarissa.

  

Professora Leonor Moreira da Silva, assassinada em 2005 pelo genro
arquivo pessoal
   

Melissa Oliveira, filha do casal, era criança na época e lembra os momentos de terror que passou na noite do crime. Ela conta que viu o momento em que o pai atirou na avó. Após o crime, ela correu para o banheiro onde estava a mãe.  Nesse momento, o pai teria invadido o banheiro e a criança fugiu para a casa do vizinho onde se escondeu. 

“Foi um dia bem alegre para gente porque estávamos comemorando o aniversário da minha avó. Tava todo mundo bebendo, exceto a minha mãe, que pediu para baixar o som e eu fui lá baixar o som. Ele me bateu, eu sai de perto e quando acabou a festa começou as brigas. Ele perguntou para mim onde estava a arma e falei que estava dentro do guarda roupa. Não estava lá. Eu lembro quando ele atirou na minha vó. Eu estava com medo. Foi uma infância traumatizante. Até hoje tenho isso na minha memória. Ele tentava fazer eu esquecer o que eu vi, como se eu não tivesse presenciado. Ele era uma pessoa manipuladora, agressivo com as esposas que ele teve”, relembra a jovem.