Justiça determina sequestro de até R$ 5 milhões dos influenciadores investigados na Operação Jogo Sujo II, no Piauí

Segundo a Polícia Civil, os elementos apurados apontam que o dinheiro obtido seja de origem ilícita

A Justiça do Piauí determinou o sequestro de até R$ 5 milhões das contas bancárias dos influenciadores alvos da Operação Jogo Sujo II. Durante as investigações, a polícia apontou que esse seria ao valor em potencial movimentado pelos envolvidos. Os investigados movimentaram milhões de reais em curto período, entre eles, a empresária Milena Pamela que movimentou mais de R$ 1 milhão em apenas dois meses. 

Segundo a Polícia Civil, os elementos apurados apontam indícios de autoria de materialidade dos crimes identificados, bem como de que o dinheiro obtido seja de origem ilícita, por meio de Estelionato, Contravenção penal de jogos de azar, Associação criminosa e Lavagem de dinheiro.

  

Alguns dos influenciadores investigados na Operação Jogo Sujo, no Piauí Reprodução/Internet

   

As equipes destacaram ainda que os investigados ostentam patrimônio incompatível com os ganhos que podem obter com suas atividades legais apresentadas. A polícia aponta que os alvos atuam como agentes de publicidade para influenciar seguidores, principalmente pelo Instagram, para participarem de jogos de azar, visando o enriquecimento ilícito.

Portanto, diante do material apresentado nos autos, o juiz Valdemir Ferreira autorizou o bloqueio e sequestro dos valores das contas do alvos.

Entenda

A Polícia Civil deu mais detalhes acerca da Operação Jogo Sujo II, deflagrada nesta quarta-feira (09) no Piauí e Maranhão, que resultou na prisão de influenciadores digitais e até policiais. De acordo como delegado Humberto Mácola, a falta de regularização dos jogos impede que as pessoas lesadas sejam compensadas pelos seus prejuízos. Até o momento, 22 mandados de busca e apreensão foram cumpridos e cinco pessoas foram presas. Outras três seguem foragidos. 

Veja abaixo quem são os alvos:



As investigações para a segunda fase da operação iniciaram há cerca de seis meses e vão continuar através da análise dos materiais apreendidos, entre eles carros de luxo, joias e dinheiro. Segundo a polícia, será analisado se os bens apreendidos poderão ser revertidos para as vítimas.

Como funcionava o esquema

Como o dinheiro proveniente da atividade é ilegal, o criminoso tenta "lavá-lo" para dar uma aparência de legalidade, segundo o delegado Alisson Landim. Para conseguir mais vítimas, os líderes do esquema, segundo a polícia, usavam a visibilidade dos influenciadores.

"Tem uma pessoa que é como se fosse um agenciador, que entra em contato com os influenciadores e oferece as condições para a divulgação, como se fosse mesmo um algum tipo de marca", disse.

"O potencial de popularidade era um dos fatores mais importantes, tendo em vista que eles pagam justamente pelos acessos. Geralmente são feitos pelos stories, porque tem um link para clicar", explicou o delegado Filipe Bonavides.