Exumação, quebra de sigilo e dados de celular: a reviravolta no caso de adolescente assassinada a facadas no Piauí

Investigação desmentiu a versão do padrasto, preso agora como suspeito do crime; delegado dá detalhes

A Polícia Civil do Piauí revelou que quebras de sigilo e a análise de dados do celular foram determinantes para a prisão de Ramon Silva Gomes, padrasto de Maria Vitória Rodrigues dos Santos, adolescente de 15 anos assassinada a facadas no dia 24 de março, em Itaueira, no Sul do estado. A jovem, que estava grávida de seis meses, foi encontrada morta dentro de casa em circunstâncias que indicavam um crime premeditado.

Segundo o delegado João Ênio, titular da Delegacia Seccional de Itaueiras, a investigação enfrentou inúmeros desafios, especialmente pela ausência de testemunhas diretas ou evidências visuais claras na cena do crime. A Polícia Civil precisou recorrer ao Judiciário para ter acesso a dados sigilosos de operadoras de telefone, aplicativos e provedores de internet.

 

Adolescente é assassinada no interior do Piauí; vítima estaria grávida
Reprodução

 

Essas informações permitiram identificar a presença de Ramon no local do crime, contrariando a versão apresentada por ele, que afirmava estar na zona rural no momento do homicídio. “São dados irrefutáveis, inquestionáveis, que nos permitem chegar a essa conclusão”, destacou o delegado.

A investigação, segundo a Polícia, também foi dificultada pela relação do acusado com a vítima e seus familiares, o que gerava receio de interferência no andamento das apurações. Por essa razão, a Justiça autorizou a prisão provisória do suspeito, que foi detido na zona rural de Canto do Buriti na última sexta-feira (30).

  

Corpo de adolescente grávida que foi assassinada a facadas foi exumado em abril
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Inicialmente, o ex-namorado da adolescente chegou a ser apontado como suspeito, mas foi descartado após comprovar, por meio de imagens de câmeras de segurança, que ele permaneceu em casa durante o período do crime. Em abril, o corpo da vítima foi exumado para reforçar as investigações com novos exames periciais.

Ramon Silva Gomes foi conduzido à Delegacia de Canto do Buriti, onde foram realizados os procedimentos legais. Ele segue preso e à disposição da Justiça. A Polícia aguarda agora os laudos complementares da perícia científica para concluir o inquérito e encaminhá-lo ao Ministério Público.